As redes sociais e
o Facebook, sobretudo, viraram o Santo Ofício da era moderna, onde a
turba levada por um qualquer post indigente em 2 horas queima ou incensa
políticos, artistas ou até pessoas que caem na asneira de ter opinião e a
partilham, e três dias depois já ninguém lembra, e contra isso, na sociedade
aberta pouco pode ser feito sem roçar a censura ou o controlo. Essa a sua
grande força, e ao mesmo tempo ameaça.
Hoje, não estar no
Facebook, é estar condenado à irrelevância e exclusão. Toda a nossa vida
passou a ter uma dimensão real e outra virtual, onde, se não foi comentado ou
relatado no Facebook, é porque não existiu. Tens 100 amigos? És
irrelevante. Não pertences a um grupo dos amigos dos ornitorrincos, ou a favor
dum protesto qualquer? Nem pensar.
O Facebook
é uma tribo onde há feiticeiros, guerreiros, amigos e inimigos de estimação,
onde dizer que se acordou bem disposto pode originar 40 comentários, mas a
falta de água em Arcozelo não interessa a ninguém (pelo menos se tiver menos de
10 comentários).
Recentemente, The
Economist chamava ao Facebook uma nação, onde há regras, protocolos,
líderes, qual nova "comunidade imaginada", que se fosse um país seria
a terceira potência mundial com os seus mais de 800 milhões de utilizadores.
Tem a virtualidade (e só isso, virtualidade...) de ser um meio de difusão, o Facebook
pode e deve estar ao serviço de causas como a Cultura, e não promover apenas
uma Cultura do Facebook. Mas isso sou eu que sou cada vez mais das
minorias...
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