A zona da Estefânea e da estação de Sintra, local de passagem de muitos turistas e também dos residentes (já poucos) desta zona à porta do Centro Histórico, tem vindo nos últimos dois anos a ver renovada e ampliada a oferta em termos de locais com qualidade, que claramente faltavam, bem como pontos de encontro para actividades culturais, lúdicas e de convívio. E de entre eles, quero destacar 4, cada vez mais na moda e onde a simpatia, o preço e a qualidade se aliam de forma apelativa.
Um é o Café Saudade, do Luís Martins Pereira e da Mary, que alia uma ementa rica e paladosa ao encontro para um agradável chá ou tertúlia, à exposição de arte e artistas, muitos deles locais, num espaço afável e que soube manter a traça da antiga fábrica de queijadas da Mathilde.Com variedade de chás e scones, tostas e bolos de fatia, ali se pode ouvir poesia de quando em quando, escutar autores ou reviver o ambiente já quase desaparecido das tertúlias de outros tempos.
Outro é o rebaptizado Legendary Café, a funcionar no espaço do saudoso bar Tópico, onde muitas noites em torno de guitarras se viveram nos anos 80, e onde agora, com uma equipa jovem e de espírito aberto se torna a encontrar um espaço de convívio, reforçado no inverno pelo agradável calor da lareira, e onde, aos poucos, o Fred Martins Rodrigues, o membro da equipa mais ali se encontra, vai pontificando, entre as suas leituras e a música que muitos clientes ali levam com os seus instrumentos, aí encontrando um espaço de lazer. Referência para a "happy hour" às 18 horas, que não é de subestimar nestes dias de moeda escassa.
Mais à frente e mais discreto, o Sabot, do Zé Bino, alia o convite a um cocktail esmerado. ao convívio em torno dum já frequente espectáculo de stand up comedy ou do já tradicional Quiz de domingo do Hugo Calado. Definitivamente, um espaço jovem dum também jovem e dinâmico empresário sintrense.
Sem descurar outros espaços, mais da restauração, uma referência, já na Portela de Sintra para o rebaptizado Saloon, onde ao ambiente de pub inglês e à diversidade de bebidas e cocktails, se pode fruir da simpatia e profissionalismo do Daniel, Nuno e mais colaboradores, num ambiente acolhedor e descontraído.
Comum a todos estes espaços, o facto de serem explorados por jovens com visão e bom gosto, virados não só para o turista acidental mas também, e sobretudo, para o cliente local, num quadro geral marcado por um grande desnível de oferta entre a pastelaria clássica e impessoal com balcão de alumínio, e a velha tasca sem conforto, renovação e muitas vezes sem asseio.
Cliente que sou deles todos, uma palavra amiga neste domingo cinzento, antes de sair de casa, a caminho de um copo num deles, por certo.
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