E pronto, o mundo vai acabar, logo agora que estava a pensar
fazer dieta e que o Sporting estava a recuperar para antepenúltimo. Não é
justo. Mas pensando bem, este mundo já cansava um bocado. Este reset talvez sirva para refundar o
planeta (se for preciso alguém perito em refundações, chamem o Passos Coelho…)
e começar de novo sábado, a tempo do Natal, sem burro, vaca ou Gaspar.
Depois do fim do mundo, 6ª feira aí pelas seis da tarde,
seguir-se-á uma nuvem de poeira no IC-19, a estender-se por Lisboa fora e
abrindo um gigantesco buraco, ao fim do qual estará a saída para a famigerada
crise. Passados para o outro lado, espera-nos um calendário maia renovado, com
um novo ciclo já marcado. E, maravilha das maravilhas, nesse onírico
Shangri-La, existirá um mundo sem troikas,
merkels, doenças ou dívida. Não haverão países ricos nem pobres, quentes ou frios, sem Messi ou Ronaldo, Bill Gates ou Hugo Chávez. Será o
recomeço claro e límpido, lançando para um novo Cretácico esta era dos mercados,
com os seus pitecantropus e ratings, tablets e bimbys, tonys e medinas carreiras. No mundo novo que nos espera,
para lá do buraco, terá início a Era do Nirvana, sem dinheiro ou metais, armas
ou vírus, guerras ou epidemias.
Portugal, ou o que antes foi esse país, situar-se-á no futuro a sul do
Equador, num universo cheio de água e vegetação, frutos suculentos e fauna domesticada. Toda a alimentação será gratuita, as doenças erradicadas, a vida
será de 500 anos, do genoma individual será feito um backup, para o upgrade biológico, sempre que alguém se aproxime
desse limite. O dinheiro será trocado por cartões de mérito, onde a cada
comportamento, exemplar e pacífico, corresponderão pontos que determinarão a
escala social, baseada no bem e no altruísmo. Os governos… ah… mas esperem lá, já é 21 de Dezembro na
Austrália e na China, e nada aconteceu. Pois... Bem...como é que era para fazer mesmo,
senhora Merkel?
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