terça-feira, 14 de junho de 2011

Ainda as florestas



Ontem falei sobre os incêndios, hoje gostava de focar a (falta) de uma política florestal, no Ano Internacional das Florestas e, paradoxalmente depois de o Presidente da República nos ter mandado cavar batatas.
Efectivamente, é bonito falar da floresta, do pinhal de Leiria, da serra de Sintra ou do Gerês. No terreno da realpolitik o que sucede porém? Parece que a dois anos do fim do quadro comunitário apenas 1/10 dos 441 milhões de euros disponíveis foram executados, numa área intervencionada de 5478 hectares. A regulamentação das medidas previstas no PRODER é lenta e desde 2007 só foram reflorestados 2700 hectares, quando nos anos noventa períodos houve em que num só ano a reflorestação ultrapassou 30 mil hectares, dos quais 681 de carvalho e 341 de pinheiro, quando anualmente mais de 3,5 milhões de hectares são assolados pelos fogos.
Segundo o PRODER a 31 de Dezembro de 2010 estavam aprovados 812 projectos, num total de 135 milhões de euros, mas apenas 5 milhões estavam pagos. No domínio da gestão de espaços florestais, os projectos aprovados correspondiam a 24% da dotação global. Tal ficar-se-á a dever ao prolongado período de regulamentação do PRODER, que- pasme-se!- só terá ficado concluída em 2008. Que andou o Ministério da Agricultura a fazer? Alem de que estão a ser exigidos no âmbito de processos altamente burocráticos planos de gestão florestal que cada agricultor candidato deve apresentar, planos esses que os próprios serviços não definiram o que querem que sejam nem têm tido capacidade para os analisar.
Regresso à agricultura? Sim, mas assim não.

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