Foi a 10 de Outubro de 1942 que morreu Joaquim Ribeiro de
Carvalho, político com ligações a Sintra, durante a I República.
Nasceu em Arnal, Leiria a 7 de Abril de 1880 e frequentou o seminário
de Leiria, que abandonou para seguir o jornalismo. Aos 17 anos publicou o seu
primeiro livro de poesia, "Livro de um sonhador". Funcionário público
[chefe da secretaria da Inspecção das Escolas de Lisboa], jornalista, poeta e
romancista, fez parte do Partido Republicano Português (P. Democrático), e
ainda, do Partido Evolucionista, do Partido Nacionalista, Partido Liberal e da
Acção Republicana. Foi sempre deputado pelo círculo de Leiria, exceptuando o
período de 1918 (Sidonismo) e em 1925, onde surge como candidato independente,
ano em que preside ao Senado de Sintra. Em 1926, após o 28 de Maio, vai para a
ilha da Madeira, regressando em 1930 para ocupar o lugar de director do jornal
República.
Foi membro activo da Carbonária portuguesa. Esteve presente
na proclamação da República, feita na Câmara Municipal de Lisboa, fundando
pouco depois o Centro Radical Português. Em 1911 foi iniciado na maçonaria, no
triângulo nº143 de Erra (concelho de Coruche) com o nome simbólico de Liberto.
Transita depois para a Loja Evolutiva (de Coruche) e, mais tarde, em 1929, para
a Loja Acácia, de Lisboa e, depois, para a Loja Cândido dos Reis, também de
Lisboa.
Membro da Academia das Ciências, participou na comissão
organizadora da edificação do monumento a António José de Almeida, dirigiu a
Biblioteca de Educação Moderna, foi sócio da Sociedade Nacional Tipografia a
que pertencia o jornal O Século (1921-22).
Deixou uma casa no Cacém, a Quinta da Bela Vista, ainda hoje
fruto de controvérsia pelas dificuldades em a manter e reabilitar para a
fruição pública, algo que a sua memória deveria motivar. A quinta datará de
finais do século XIX /inícios do século XX e compreende uma vasta área entre a
ribeira das Jardas e a rua Ribeiro de Carvalho. Inicialmente a casa era
utilizada somente aos fins-de-semana, mas já no final da sua vida, Ribeiro de
Carvalho passou a utilizá-la em permanência. Lá existiu uma vinha e durante
vários anos aí Ribeiro de Carvalho produziu o seu próprio vinho.
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