“Almoinhas- Sentidos
Caminhos”, que ontem a companhia de teatro TapaFuros estreou no Parque da
Liberdade, em Sintra, proporcionou a
quem lá esteve uma noite lunar e cintilante, sob a utópica batuta de
Rui Mário, o bardo dos futuros. De forma palpitante e processional, calcorreou-se
o trilho-caverna onde, exploradores, nos foi revelada uma Luz redentora ofertada nos textos de alguns dos escritores sintrenses vivos mais marcantes, aqui
por Rui Mário convocados para o Priorado da palavra dita (Miguel Real e Filomena Oliveira,
João Rodil, Filomena Marona Beja, Hélia Correia, Maria Almira Medina, Jorge
Telles de Menezes e Jaime Rocha)
Libertos na Caverna,
viajámos pelo Futuro depois de peregrinar por sinuosas grutas, espeleólogos de amarguras,
a cada passo descobrindo a Serra-Mãe. Na escuridão, encontrámos claridade,
estóicos fugindo da Cidade Grande, absortos num labirinto onde
em sete momentos nos convidaram a provar uma revelada poção.
Poetas finistérricos,
os TapaFuros são mais que um grupo de teatro, são utópicos sacerdotes e
guardiães do Tempo, e como poucos entendem o que é Sintra, e como esta é um
promontório de partidas e chegadas, a todos convocando para rituais
libertadores. Juntando actores cúmplices de muitas noites perturbantes na Sintra silenciosa, em sete
momentos se percorreu um iniciático e uterino percurso, e com ele
nos patrulhámos a nós mesmos, desnudando fragilidades e dando voz aos sem voz.
Conceito vencedor e
conseguido, actores seguros e uma banda sonora intimista, ou de intimidade, no
melhor registo de Pedro Hilário, bons e palpitantes serões em perspectiva, pois. Vão
ao Parque da Liberdade, e embrenhem-se no libertado território da utopia.
Fotos:Cristina Vieira
Qual o valor do bilhete? Horários?
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