Uma das principais
vantagens no relacionamento da cidade para com a actividade turística decorre,
efectivamente, da capacidade dos gestores do território no planeamento e estruturação
da oferta turística, que permita a Sintra e aos operadores turísticos, “vender”,
de modo mais eficiente, este destino e satisfazer adequadamente, as exigências
da procura turística.
Actualmente, o Turismo é
um dos sectores com maior crescimento na economia mundial, sendo que, de acordo
com a Organização Mundial do Turismo (OMT), em 2010 as chegadas de turistas
internacionais perfizeram 940 milhões em todo o mundo, ou seja, mais 58 milhões
relativamente ao ano anterior. No caso específico do Turismo Cultural, importa
pois, perceber qual o tipo de turista e quais as suas motivações. Neste âmbito,
definiu-se uma tipologia para o caso europeu, indicando três perfis de turistas
culturais: a) os “culturalmente motivados”, que são um segmento de mercado
pequeno que é atraído a um destino por motivos culturais, o que os leva a
passar várias noites no local de destino turístico; b) os “culturalmente
inspirados”, que são inspirados por locais de interesse cultural e patrimonial,
passam curtos períodos de tempo nos
destinos culturais e não estão motivados para regressar ao mesmo local; e, c)
os “culturalmente atraídos”, que são aqueles que realizam a visita de um dia a
sítios de interesse cultural ou patrimonial. De acordo com a Organização
Mundial de Turismo, o Turismo Cultural refere-se a “todo o movimento de pessoas
que satisfazem a sua necessidade humana da diversidade, com tendência a elevar
o nível cultural do indivíduo e proporcionam um novo conhecimento, experiência
e encontros”. De acordo com estas definições, pode entender-se o Turismo Cultural
como a realização de visitas a monumentos e locais históricos, através das
quais os turistas procuram conhecer e “absorver” a cultura e a história dos
locais visitados.
A motivação do turista
foi evoluindo naturalmente e, para além de absorver a cultura, deseja, cada vez
mais, participar na experiência e tornar-se parte activa do produto. Perante
este facto, o surgimento do Turismo Criativo emergiu como algo natural, como
sugere a primeira definição de Turismo Criativo, a qual foi apresentada na Association
for Travel and Leisure Education (ATLAS), em Novembro de 2000, por Crispin
Raymond e Greg Richards, a qual define Turismo Criativo como: “o turismo que oferece
aos visitantes a oportunidade de desenvolver o seu potencial criativo através
da participação activa em cursos e experiências de aprendizagem que são
características do destino de férias onde são realizadas”.
Desta forma, o Turismo
Criativo evidencia algumas vantagens sobre o “tradicional” Turismo Cultural,
tais como:
a)a criatividade pode
potencialmente adicionar valor em áreas relativas à cultura e, em particular,
aos tradicionais produtos culturais;
b)a criatividade permite
aos destinos criar novos produtos, dando-lhes uma vantagem competitiva sobre
outros locais;
c)porque a criatividade
é um processo, as fontes criativas são, geralmente, mais sustentáveis que os
produtos culturais tangíveis;
d)a criatividade é
geralmente mais móvel do que os produtos culturais tangíveis,porque dependem da
localização física do património cultural, enquanto que a criatividade pode
ser, por exemplo, transportada em festivais de arte e música;
e)a criatividade envolve
não apenas valor de criação mas, também, uma criação de valores: ao contrário
das antigas fábricas do conhecimento, como os museus, os processos criativos
permitem criar muito rapidamente uma nova geração de valores.
Deste modo, a
criatividade possibilita a criação de novos produtos turísticos para as cidades
e regiões, acrescentando valor aos produtos culturais, e garantindo a
sustentabilidade dos recursos, não estando subordinada à localização física desses,
como acontece com o Turismo Cultural tradicional, permitindo a criação de novas
ideias e valores.
Assim, contribui para a
valorização do indivíduo enquanto parte integrante de uma experiência turística
em detrimento da estrutura física. A criatividade procura proporcionar uma
experiência turística que vai além do observar o monumento ou local histórico
dando ênfase à parte imaterial como aos cheiros, sons, imagens, histórias,
lendas e memórias do local que se está a visitar.
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