2013 confirmou a alarmante tendência desde pelo menos 2003 da
existência duma época de incêndios tal como há uma época balnear. O que
aconteceu com o Grupo de Especialistas de Fogo Controlado (GeFoCo) que desde
2007 terá contribuído para conter mais de 50 fogos florestais ou com o Grupo de
Análise e Uso do Fogo (GAUF) estrutura dedicada à prevenção e combate aos
incêndios florestais, que nos últimos anos combateu mais de 300 grandes
incêndios?. E a regulamentação sobre o uso de fogo técnico?. Igualmente, ao
pretender-se parar o processo de enquadramento e facilitação da realização de
queimadas para a pastorícia em épocas de baixo risco de incêndio, o que se propôs em alternativa? E o
investimento em conhecimento, estratégia e antecipação, transferindo verbas do
Fundo Florestal Permanente para a contratação de meios aéreos para o combate?
Como estamos de Plano Nacional de Uso do Fogo? Quantos meios
estão ao dispor? Qual a estratégia de longo prazo? As brutais imagens do fogo
destruindo floresta, ecossistemas e a economia entram-nos diariamente pela televisão, quando
não casa adentro.Com troika ou sem troika, assuntos suficientes para incendiar
responsabilidades e alimentar telejornais.
É bonito falar da
floresta, do pinhal de Leiria, da serra de Sintra ou do Gerês. No terreno da
realpolitik, o que sucede, porém? Segundo parece, aproximando-se o fim do quadro
comunitário, apenas 1/10 dos 441 milhões de euros disponíveis terão sido executados,
numa área intervencionada de mais de
5000 hectares. A regulamentação das medidas previstas no PRODER é lenta e desde
2007 foram reflorestados poucos hectares apenas, quando nos anos noventa
períodos houve em que num só ano a reflorestação ultrapassou 30 mil hectares,
dos quais 681 de carvalho e 341 de pinheiro, e quando anualmente mais de 3,5
milhões de hectares são assolados pelos fogos.
Que anda o Ministério
da Agricultura a fazer? Alem de que estão a ser exigidos no âmbito de processos
altamente burocráticos planos de gestão florestal que cada agricultor candidato
deve apresentar, planos esses que os próprios serviços não definiram o que
querem que sejam, nem têm tido capacidade para os analisar?. Dias de perigo
espreitam a floresta(ou o que resta dela).
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