domingo, 11 de janeiro de 2015

Ser Charlie

"Não é forte quem derruba os outros; forte é quem domina a sua ira." 
Alcorão

Ser Charlie é lutar pela liberdade de expressão, pelo direito à diferença e à crítica responsável, com tolerância e respeito pelo Outro.
Ser Charlie é recusar a escravatura dos extremismos e do ódio racial, contra todas as formas de xenofobia, discriminação e cegueira.
Ser Charlie é saber rir com quem faz humor e ter a distância para aceitar a crítica, ainda que por vezes viperina ou mordaz.
Ser Charlie é lutar pelo Estado de Justiça e pela comunidade de homens livres, num quadro de proporcionalidade e delimitação de fronteiras onde a liberdade de cada um comece onde acaba a dos outros.
Ser Charlie é poder olhar em frente e não caminhar sob a ameaça do gatilho, seja ele das armas ou do excesso da arbitrariedade que só pode gerar espirais de violência e intolerância.
Ser Charlie é ter o vício benigno de ser livre e querer viver entre homens livres.
Como escreveu Renard, o homem livre é aquele que não receia ir até ao fim da sua razão. Não desistamos de prosseguir as nossas razões, individuais e colectivas. Só assim subsistirá Charlie.

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