terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A brincar com o Carnaval

A propósito do Carnaval, disse o Primeiro-Ministro Passos Coelho que não é tempo para tradições, depois de ainda há um mês quando lhe cantaram as janeiras ter realçado a importância das mesmas. Não há tempo para Carnaval, nem para a Restauração, nem para o 5 de Outubro, apenas e só para salivar perante a troika da qual é o aprendiz de feiticeiro. Depois de depauperado, quer-se que o povo português seja também asséptico, sem História e sem referências, até porque no contraste com o passado, os dirigentes de hoje ficam muito mal no retrato, daí o melhor ser esquecer.
O Carnaval português foi o pai do Carnaval do Brasil, com os seus zés-pereiras e gigantones, a que se juntou o colorido e o tropicalismo da semente africana, levada por essa criação portuguesa que é a mulata. Querer matar tudo o que nos distingue como povo, despojando-nos dos símbolos é execrável, e é tempo de dizer aos empregados da troika que há mais vida para lá do défice. Fracos políticos, se não servem, há sempre a possibilidade de escolher outros, pelo voto ou não. Porque a formalidade de ir de 4 em 4 anos escolher o mentiroso mais convincente tem de acabar e os políticos têm de perceber que a soberania reside no Povo, que pode querer reavê-la se apenas for usada para fazer hara-kiri em nome dum osso de Pavlov que já não faz salivar, nem vai sequer matar a fome.
É tempo de correr com os gigantones de Bruxelas e as matrafonas de S.Bento, e refazer Portugal, ou em breve pouco mais teremos para celebrar senão a Crucificação da Páscoa, depois de todos os Pilatos de serviço terem  lavado as mãos e partida para reformas douradas ou conselhos de administração de empresas chinesas.

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