terça-feira, 15 de outubro de 2019

Os 20 anos da Casa de Teatro de Sintra

Passam hoje 20 anos que foi inaugurada a Casa de Teatro de Sintra, pequena mas emblemática sede dum projeto cultural que recua aos anos oitenta e à incontornável figura de João Melo Alvim.
Passando pelo teatro CIDRA, nascido na Escola Secundária de Santa Maria, em 1981, com “Amor de curtição”, a direcção da Sociedade União Sintrense, onde igualmente apresentou espectáculos (“Um Pedido de Casamento “ de Tchekov, ou “O Último Acto” de Camilo Castelo Branco, em 1985) e a criação do Chão de Oliva, em Julho de 1987, que incluiu o Teatro da Meia-Lua (representante de Portugal num festival de teatro amador no Mónaco, em Julho de 1988) e a Escola de Iniciação ao Teatro, João Melo Alvim foi pioneiro e farol dum projeto cultural felizmente vivo e na estrada.
Quem viveu em Sintra nesses anos iniciais, recordará o pouco teatro que então se fazia, e a pedrada no charco que foram peças como “Comunidade” de Luís Pacheco no Casino, ou as levadas à cena no antigo Carlos Manuel depois de Fevereiro de 1991 ( “Maçãs do Mar” “Grande trabalho é viver” “O Falatório de Ruzante” “A Fé nos Amores” “A Birra do Morto”,"O Mistério da Estrada de Sintra", "O Auto da Índia", "Não se paga! Não se paga!" e muitas outras, onde em várias pontificou a malograda Maria João Fontaínhas, ou actores como Alfredo Brissos. 

Dotada de uma casa em permanência, inaugurada em 15 de Outubro de 1999, (foto acima) a Casa de Teatro de Sintra sedimentou a marca Chão de Oliva , que se estendeu a outras vertentes, como o teatro de marionetas ou os alojamentos de companhias visitantes, sempre em ligação com outros actores e grupos de teatro que entretanto foram surgindo, como o Utopia Teatro, os Tapafuros, a Casa das Cenas ou o teatromosca, continuando João Alvim a ser presença de referência, fosse na cena teatral, fosse colaborando com a imprensa local, nomeadamente no Jornal de Sintra. 

O antigo cinema Tivoli, inaugurado em 18 de Fevereiro de 1928, hoje sede do Chão de Oliva, na R. Veiga da Cunha, em Sintra, abriu como cinema num sábado de Carnaval, e foi, anos mais tarde e durante muito tempo, utilizado como armazém e carpintaria. Da utilização inicial restaram alguns pormenores, como  o “lettering” na fachada, mas o estado de degradação tornou premente uma intervenção com vista à recuperação e reutilização para fins culturais. Como Casa de Teatro de Sintra, desde 1999, este espaço veio preencher uma lacuna no que diz respeito à inexistência de locais vocacionados para actividades culturais em Sintra.Carece porém de obras, facto não quero deixar de salientar, para hoje com continuação assegurada no Nuno Pinto e companhia, possa a marca Chão de Oliva continuar a ser sinónimo de bom teatro e a elevar e manter viva a  actividade cultural de Sintra.

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