As primaveras árabes estão como a nossa, anormais, tacteantes e sem certezas de que uma solução democrática e participada venha a ser o corolário das ansiedades da rua árabe.
Vem isto a propósito de um caso ilustrativo do muito que há a fazer ainda na afirmação do Estado de Direito e da tolerância em muitos desses Estados, alguns tentando por operações de cosmética mostrar uma suposta abertura mas sem que tal se reflicta nas práticas e no exercício do poder ou alterando o status quo: Aayat Al-Qormozi (foto acima) uma estudante de 20 anos da Universidade do Bahrein, quando participava num comício pró-reforma na capital do Bahrein em 2011,leu um poema escrito por si no qual criticava o rei e o primeiro-ministro daquela monarquia do golfo. Foi obrigada a entregar-se à polícia, depois de homens encapuzados terem revistado a casa dos seus pais e ameaçado de morte os seus irmãos. Na prisão foi espancada e torturada, até ser forçada a assinar documentos e a gravar um vídeo em que pedia desculpas ao rei, vídeo que foi mais tarde transmitido na televisão nacional do Bahrein.
A Amnistia Internacional pretende que a sua condenação seja anulada e que qualquer outra acusação pendente seja retirada, tendo em curso uma petição, cuja assinatura se recomenda.
Longo e tortuoso é o caminho para a liberdade.
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