Fotos: Pedro Macieira
Dia 2 de Maio, no Café Garagem, e perante cerca de 80 amigos, fiz a apresentação do meu livro "Histórias Com Sintra Dentro".
Escrever é como fazer
um eletrocardiograma da alma, mas onde, ao
contrário da vida, a arritmia liberta e a normalidade mata. Do viking Sigurd ao pombo Óscar, da geração hippie à geração hipster, pela escrita me
aventurei inimputavelmente desmascarando
verdades não confessadas.
O escritor é um
correio: uma vez vertida a alma no papel-confessionário, envia-a
definitivamente ao seu destino, como se fosse um origami, e quem lê, com um olhar maculado por
uma história de vida pessoal e única, aí captará por certo algo novo e diferente. A obra, uma vez escrita, partirá definitivamente ao seu destino, fora do controle do escritor, até aí um tirano entrincheirado. O leitor pode
descobrir mundos, estados de alma, intenções, mas só ele em segredo guarda o
enigma das letras cifradas. Só há um segredo: quando o jogo das palavras nos for familiar e convide para a
viagem dos sentidos, como no tempo em que furioso escrevia em guardanapos de
café, aí terei ganho a ilusão da infinitude pelo prazer de escrever para os outros e não para o baú ou para o disco rígido.
Ventríloquo do indizível, visionário de uma Sintra Utópica, capturado pelo verbo,
escapuli-me pela porta da alma, delirando, umas vezes acolhendo-me em Sintra-Ninho, outras
nas Sintras da Vida. Vagabundo da palavra, fingidor sem fingimento,
invisível peregrino da vida, de Sintra irradia Luz, a Luz que só os cegos podem ver, pois
maior cegueira não há que a da paixão.
Morcego inquieto, de máscara em máscara patrulhei as sombras, perdido no desfiladeiro
lúdico. Chegou a um porto, esta catarse, outras se sucederão, enquanto a Lua cintilar.
Reportagem em
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