quarta-feira, 13 de maio de 2015

Pelas primárias para escolher os candidatos a deputados



As eleições primárias são eleições que servem para escolher o candidato (ou cabeça de lista) de um determinado partido às eleições presidenciais, legislativas ou locais. Nas eleições primárias, todos os cidadãos, mediante os critérios definidos pelo partido, podem votar, sendo ou não militantes do partido. Em Portugal, a experiência mais recente de primárias foi levada a cabo pelo Livre, de modo a escolher a sua lista e o seu cabeça de lista às eleições europeias, e pelo PS, na escolha do secretário-geral António Costa.

Lá fora, os partidos socialistas em Itália, França e Grécia (PASOK) também já usam o método das primárias para escolher os seus candidatos. O recente modelo de primárias do PS inspirou-se nestas experiências.

Este sistema tem várias virtudes:

-chama à participação pessoas que de outra forma estariam mais afastadas da vida partidária, com os seus rituais e liturgias, muitas vezes anquilosadas e assentes numa cultura de corpo e de manutenção de lugares anos a fio;

-permite que a sociedade civil interaja mais com os políticos e as políticas, refrescando a representação e trazendo novos temas para o debate;

-responsabiliza mais o futuro eleito, pela dupla sufragação em primárias e eleições, tornando a escolha mais filtrada, escrutinada e discutida.

Aproximando-se o processo legislativo em Outubro, creio que deveriam estar os partidos que já introduziram este critério na sua agenda política- porventura talvez não nos Estatutos…_ a desde já lançarem mão desta modalidade de escolha, fazendo da eleição uma decisão onde a palavra Escolha para além de semântica ser substantiva e coerente. Num sistema como o nosso, onde os candidatos saem do inner circle dos líderes e muitas vezes não são conhecidos do eleitorado, do círculo, ou até do resto dos militantes, tal traria uma saudável renovação, e já que a caixa de Pandora se abriu, que não se feche logo de seguida...


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