segunda-feira, 27 de março de 2017

Quem sabe da poda?




Num colóquio em tempos promovido pela Alagamares, enfatizando o papel da árvore no jogo entre o colectivo e o convívio, o arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles lembrou ser a eco indispensável ao desenvolvimento, ironizando ter sido por a ter descurado que o homem foi expulso do paraíso. Vivemos na era do Caos, prosseguiu, o que dificultou a potencialidade da fixação. Segundo ele, são os países que garantem a biodiversidade os que mais têm potencialidade de segurança, tendo sido a compartimentação dos espaços agrícolas o que permitiu o desenvolvimento da civilização actual.
A serra de Sintra é uma zona de eucaliptos, pinheiro bravo e espécies invasoras, sendo uma tarefa a longo prazo das entidades que superintendem no território a arborização de áreas intervencionadas. Estão georreferenciadas cerca de 18.000 árvores na zona da PSML e mais de 35.000 árvores dentro do Parque da Pena, devendo as podas ter sobretudo em vista a segurança dos visitantes e os abates serem precedidos de relatórios fitossanitários com base numa avaliação técnica consciente, mas sem descurar o facto de Sintra ter sido classificada como Paisagem Cultural também pela imagem cénica e pelo conjunto.
Tem de se fazer mais para salvar as árvores, e nesse processo a auscultação das pessoas é fundamental, e de mais que uma opinião, bem como trazer as populações para a gestão das zonas verdes. Daí a urgência de suspender desde já a escandalosa devastação agora agendada para a Lagoa Azul, mobilizando activistas, associações e cidadãos em geral, antes que seja tarde demais.
Porque, espécie invasora, a bem dizer, é o Homem.

 

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