Conheço o André Nóbrega há cerca de cinco anos, das andanças de Sintra e por amigos comuns. Franzino, inquieto, perfeccionista com a estética e o audiovisual, reconheço nele o potencial para aliar técnica e arte, a energia da juventude em prol dum registo próprio, e a generosidade própria do sonho dos vinte anos. Nos últimos dois, sobretudo, nasceu entre nós uma amizade serena, e passou a ser frequente o encontro para um bom papo, fosse sobre cinema e realização ou projectos desafiantes, fosse para as trivialidades de que a vida também é feita. Nestes anos, foi saboreando o açúcar e sal da vida, captou paisagens e sons, eventos e rostos, emoções e silêncios, raptando com o seu olhar pessoal o caldo de cultura com que quis trabalhar as coisas e a sua circunstância, ensaiar uma marca e construir uma proposta.
Mais recentemente, globalizou-se, viajou e captou experiências, línguas e rotinas, enfrentando os novos tempos num tempo de incerteza. Desde há meses morando e estudando na Rússia em mudança, aí encontrou companheira, suave brisa refrescante vinda da branca estepe, e com ela vai sulcar a Caminhada, crescer, sonhar, planear. Quando em Lisboa, amanhã, os seus amigos estiverem a almoçar, na gelada Moscovo, André e Ekaterina trocarão votos e cruzarão culturas, com a familiaridade que os sentidos trazem a toda a relação humana.
Para eles, desde a espectral e sagrada serra, um sincero voto de felicidade, e para o menino da máquina de filmar, aquele abraço, e o desejo de que o maior filme que pode vir a realizar, o do seu destino, tenha um dia um epílogo reconfortante, filmadas que sejam as cenas felizes dos capítulos que estão por vir. O herói da história, por enquanto, vai bem, e, por isso, amanhã, com firmeza, acendam-se luzes, pressione-se a câmara e que prevaleça a acção!
Um abraço português.
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