No prédio com o nº 43 da R. Alfredo Costa, em Sintra, viveu no período de Verão o general Correia Barreto, primeiro ministro da Guerra depois do 5 de Outubro, aí falecendo em 15 de Agosto de 1939.
António Xavier Correia Barreto nasceu no dia 5 de Fevereiro de 1853 em Lisboa. Com 17 anos integrou voluntariamente o Regimento de Infantaria, tendo permanecido como soldado entre 1870 e 1874, altura em que foi promovido a alferes-aluno da Arma de Artilharia. Prosseguiu os estudos na Escola Politécnica, onde foi aluno de António Augusto de Aguiar, a quem dedicou o seu manual de Química, Elementos de Química Moderna em 1874. Veio a pedir transferência para a Escola do Exército, para concluir o Curso da Arma de Artilharia.
Em 1885, publicou um estudo sobre pólvora com tanto rigor e qualidade que ficou encarregado de orientar a produção de munições com pólvora e sem fumo. A pólvora ficou conhecida por "pólvora Barreto". Nomeado director de uma fábrica de pólvora, veio a integrar mais tarde o Conselho de Administração Militar e para o Depósito Central de Fardamentos. Conhecido pelas suas ideias republicanas, foi convidado pelo almirante Cândido dos Reis para a comissão organizadora da revolução de 1910. Após a revolução, foi nomeado Ministro de Guerra do Governo Provisório logo a 5 de Outubro, cargo que exerceu até 1911, e também entre 1912 e 1913. Em 1913 foi presidente da Câmara Municipal de Lisboa, por sinal, tal como o proprietário de outra casa nesta mesma rua de Sintra, o antigo presidente Jorge Sampaio. Promovido a general em 1914, candidatou-se à Presidência da República em 1915, e em 1919, mas nunca foi eleito. A 16 de Fevereiro de 1920 foi eleito senador e Presidente do Senado cargo que ocupou até 1926.
Nesta casa de Sintra foi homenageado pela Banda da Sociedade União Sintrense, depois de os revoltosos monárquicos de Monsanto terem sido repelidos, e ovacionado pelos populares, em 1919.
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