quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Sintra e o Dia Mundial do Turismo








Envolvido por um centro histórico de Sintra despovoado e idoso (em todo o Centro Histórico, incluindo S. Pedro, Vila e Estefânea moram 3400 pessoas, e na Vila apenas cerca de 380, tendo um terço mais de 64 anos), com edifícios a precisar de intervenção urgente e alguns em completa ruína, afigura-se ser necessário pensar global, atenta a sua realidade de burgo encavalitado com uma serra serpenteante e densa a envolve-la, com todas as contingências que isso acarreta.

No Dia Mundial do Turismo, a nova galinha dos ovos de ouro da economia nacional, algumas sugestões para um turismo não turisficado, com uma palavra prévia de reconhecimento para nomes que no passado projetaram o nosso turismo, do elétrico da Praia das Maçãs aos hotéis de charme como o Costa, o Bragança ou o Central, na Vila Velha: empresários como Adriano Júlio Coelho, que edificou o Casino, Diamantino Tojal, promotor da piscina da Praia das Maçãs, Miguel Rebelo, da primitiva Pensão Nova Sintra ou António Raio e técnicos como Consiglieri Martins ou Mário João Machado.

Como tarefas fulcrais a desenvolver, sob a égide dum órgão coordenador abrangente, com competências claras e executivas, e fundo de maneio próprio e proveniente de fundos e programas de financiamento, sugeriria, enquanto municipe:

-aprofundar a promoção de medidas que fixem e tragam jovens e moradores para o Centro Histórico, apostando no arrendamento, contemplando benefícios fiscais para quem recupere património existente;

-a construção dum Sintra Welcome Center, ou Centro de Visitas, na Vila Alda, no Casal de S. Domingos, ou no estacionamento fronteiro à estação da CP (onde se poderiam localizar os pontos de venda dos guias turísticos);

-a implementação de sinalética com informação exaustiva, WI-FI e QR codes em todos os locais de relevo;

-o lançamento de obras de recuperação dos imóveis em péssimo estado, ou sua alienação, com a condição de recuperação em prazo certo e curto;

-o aprofundamento da apresentação das candidaturas com viabilidade de serem elegíveis para uma série de fundos europeus, onde se podem ir captar verbas  significativas para vários programas operacionais;

-a criação de parques periféricos no Ramalhão, Portela e Estefânea dotados de sanitários, pontos de divulgação turística e paragens para transportes colectivos;

-o lançamento de obras na sede dos escuteiros, na antiga cadeia comarcã, visando apoio para mostra e venda de artesanato e produtos regionais, exposições, espaço internet e venda de produtos biológicos), bem como garantir a fruição pública do Parque dos Castanheiros, em Seteais, e recuperar as casas em ruínas na Volta do Duche e Escadinhas do Hospital, entre outras;

-a revisão e revitalização do Elucidário Arquitetónico da Vila de Sintra;

-elaboração dum Plano de Marketing Turístico e Comercial de médio prazo;

-alterar e adaptar as localizações e horários dos transportes públicos e praça de táxis da Vila;

-dotar o Centro Histórico de mais sanitários públicos, evitando o uso excessivo dos locais de restauração, que se queixam de muitas vezes serem utilizados para esse fim apenas;

-criar uma programação de eventos contínua e adequada às características de Sintra;

-ponderar o futuro do eléctrico, sendo eu particularmente contra a sua continuação até à Vila, pelo impacto no trânsito e pelo impacto visual negativo das catenárias;

 -ponderar a não execução do teleférico, pois tal abreviaria a visita a Sintra dos inúmeros visitantes, levá-los-ia apenas à Pena e frustraria a possibilidade de se “sentir” Sintra em benefício dum turismo de massas que não se deve preconizar, sofrendo a vila e a serra já hoje a consequência das hordas diárias de visitantes trazida pelo aumento de viagens low-cost tendo Lisboa como destino primário e Sintra como destino complementar. Além de que dificilmente se encontrará alguém para pagar os 20 milhões de euros previstos para a sua construção;

-ponderar a possibilidade de criação de um posto de informação no Rossio ou no Turismo de Lisboa, especificamente visando Sintra, e onde se possam obter informações prévias e adquirir bilhetes compostos transporte-visita para os visitantes que pretendam visitar Sintra;

-replantar árvores na Praça da República, e classificar todo o arvoredo da zona da ARU como de interesse municipal, impedindo cortes, e promovendo apenas os que decorram de parecer fitossanitário devidamente fundamentado;

-criar novas zonas e percursos pedonais (sem corte de trânsito, ou corte parcial) junto ao Pelourinho da Vila, no largo fronteiro à Câmara, e na Rua Alfredo Costa;

-transferir o GAM e o Espaço do Cidadão para a Rua Heliodoro Salgado ou para o mercado da Estefânea;

-uniformizar o mobiliário urbano e remover as antenas obsoletas;

-relocalizar os caixotes do lixo e os ecopontos;

Estas, sem ser exaustivo, nem descurar outras soluções, algumas sugestões para um plano para o qual se podem canalizar verbas do Portugal 2020, do Reabilitar para Arrendar, Life+2014-2020,Fundo Jessica, Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis, Fundo Português do Carbono, e outros.

 

 

 

 


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