Paulo Marques, director do jornal Cidade Viva, lançou uma sugestão que creio
muitos acolherão como meritória e oportuna: a atribuição da medalha de
mérito municipal a um emérito jornalista e cronista de Sintra: António
Faias, portador da carteira profissional nº 6119. Quem o conhece, e conhece Sintra, sabe a quem me refiro, e justo seria que fosse endereçada à CMS proposta para tal homenagem
simbólica.Há muitos anos que procissões, festas populares, jogos de futebol ou a vida das colectividades se tornou visível, bem como a sua autenticidade, e o labor dos seus promotores, pela pena de António Faias, quase sempre através do Jornal de Sintra, donde agora está retirado.
Não sendo muitos, Sintra tem felizmente um punhado de bons
jornalistas, dos quais destaco Luís Filipe Sebastião, Paulo Parracho,
Luís Galrão, ou Jorge Tavares, entre outros. Homenageando António Faias,
prestar-se-á tributo a um "operário da escrita" e nele, a todos os
que hoje, e com mais dificuldades, lutam por uma
comunicação social honesta e prestadora de serviço
público e cívico em Sintra. É certo que os jornais on-line e as redes sociais permitem a propalação de uma catadupa de informação, muitas vezes não tratada ou contextualizada. Daí que cada vez mais o repórter solitário e independente, que em António Faias teve um dos derradeiros cavaleiros, deva ser valorizado, pela entrega, sem horário e sem sono ( e no caso de Faias, sem carro, também...) à causa de informar aqueles que pontualmente às sextas-feiras esperavam pelo Jornal de Sintra, o do Medina e Zé Alfredo, para nas suas páginas ver estampados, com rigor e isenção, pela prosa do Faias, os relatos da vida sintrense, acima de tudo, o retrato da Sintra do povo, humilde e laborioso. Lancemos pois à autarquia o desafio de, por uma vez, fazer de António Faias a mensagem e não o mensageiro, a notícia que a sua humildade não permitiria escrever, mas que a comunidade tem a obrigação de fazer publicar.
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