Passam hoje 17 anos da data da morte
de Mestre Pedro Anjos Teixeira.
Filho de outra grande figura das
artes plásticas, Artur Gaspar dos Anjos Teixeira, aos seis anos veio viver para
Sintra, tendo a família fixado residência em Mem Martins. Aos 16 anos começou a
trabalhar, em colaboração com o pai no ateliê de Lisboa, actividade que exerceu
até 1935. Aos 26 anos de idade, esculpe "Homem com o Polvo", obra que
pela, sua originalidade, o revela como escultor. Dotado de grande
sensibilidade, é exímio na representação estética naturalista, tanto humana
como animal, mostrando grande rigor técnico a par de grande conhecimento de
anatomia humana, esta última patente nas estátuas de nus e em "Os
Perseguidos". No âmbito da anatomia animal, destacam-se "O Boi de
Trabalho" e os animais do "Transporte do Vinho da Madeira".
Entre 1952 e 1953, frequentou a
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, vindo a exercer depois a função
de professor de Modelação e de Desenho nas Escolas António Arroio, Pedro de
Santarém e Francisco Arruda.
Foi perseguido pela PIDE ao ponto
de, durante anos, não ter ganho um único concurso de Escultura. Por essa razão,
em 1959 decidiu "auto-exilar-se" no Funchal, onde exerceu atividades
diversas: docente, escultor, músico, jornalista, entre outras. Regressou a
Sintra em 1980, onde veio a falecer, deixando um legado de mais de 900
trabalhos.
O Neo-Realismo português teve em
Pedro Anjos Teixeira um dos precursores. A sua peça "Monumento aos
Perseguidos" é comummente aceite como sendo o seu expoente, ao transmitir
uma mensagem política e social - a luta, a persistência, a resistência e a
esperança num futuro melhor em liberdade e democracia. Muitos dos seus
trabalhos deste período encontram-se expostos no Concelho de Sintra, como por
exemplo, o "Monumento ao Trabalhador Rural", reproduzido em bronze em
tamanho natural em São João das Lampas (foto abaixo), e o "Monumento ao Professor
Primário" (1972), no Cacém.
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