Criado em
1982 pelo ICOMOS, vai de novo celebrar-se a 18 de Abril o Dia Internacional dos
Monumentos e Sítios, dedicado desta vez ao tema Lugares de Memória.
Sintra é um
dos locais onde a profusão de monumentos e seu valor histórico e patrimonial
mais se coadunam com o espírito de preservação e promoção que a esse conceito
está associado, e que levou à classificação em 1995 como Património da
Humanidade, na categoria de Paisagem Cultural, tendo o presidente da Câmara de Sintra presentemente a função
de presidir à Organização das Cidades Património Mundial, eleito durante o 12º
Congresso dessa organização em Oaxaca, no México, no que constituiu mais um reconhecimento
para Sintra enquanto promotora da defesa e recuperação do seu valioso património.
Recorde-se
que aqui foi aprovada a Declaração de Sintra, que procurou unir esforços para a
mitigação e adaptação às alterações climáticas. Sintra integra igualmente desde
há anos a Aliança das Paisagens Culturais, uma rede internacional criada para
preservar espaços declarados Património da Humanidade pela UNESCO, e que são
hoje mais de 60.
Em 2008 produziu-se a Declaração de Aranjuez, onde os sítios classificados expuseram as suas inquietações e analisaram a necessidade de compatibilizar a preservação dos lugares com um adequado desenvolvimento económico e social dos aglomerados e das gentes em seu torno. Um dos
pontos desta declaração faz referência às políticas de difusão do património
cultural entre a população, assinalando que a melhor forma de gerar cultura
entre os cidadãos passa por estes valorizarem o seu próprio património, e
exigindo “implicação, cumplicidade e
compromisso” do mundo científico na melhoria desses lugares e na garantia
da sua sustentabilidade, apelando à participação cívica das comunidades locais
enquanto elemento fundamental para um desenvolvimento sustentável das área
classificadas e chamando os parceiros da sociedade civil, pondo fim a uma certa
“ditadura tecnocrática” na gestão dos espaços que todos devem fruir num
sentimento de pertença que a Declaração de Aranjuez visou reforçar.
Em 2008 produziu-se a Declaração de Aranjuez, onde os sítios classificados expuseram as suas inquietações e analisaram a necessidade de compatibilizar a preservação dos lugares com um adequado desenvolvimento económico e social dos aglomerados e das gentes em seu torno.
Na promoção
e defesa do património, dos monumentos e sítios classificados, há pois que juntar
cidadãos, associações cívicas, técnicos e
moradores. Só se pode acarinhar uma ideia como a de Paisagem Cultural se
ela for originada em consensos e como instrumento de desenvolvimento para quem
habita no seu seio, e não se funcionar como o eucalipto que a tudo o que o
rodeia seca e põe a comunidade contra si. Não há paisagem cultural sem pessoas
e não há gestão bem sucedida sem consensos.
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