Passam
hoje 190 anos da morte de George Gordon, 6º barão Byron, mais conhecido em geral como
Lord Byron.Encontrou a morte em Missolonghi, no litoral norte do Golfo de Pratas,
onde lutava ao lado dos gregos pela sua independência da
opressão turca. Segundo consta, a causa da morte parece ter sido uremia,
complicada por febre reumática.
O
imaginário construído em torno de Byron, sobretudo enquanto "santo
padroeiro" de Sintra carece de alguma veracidade, e sobretudo tem ao
longo da História servido para propalar algumas lendas
que, se servem o propósito de elevar o prestígio de Sintra, pecam
contudo por falta de rigor.
Em
primeiro lugar, a estadia de Byron em Portugal durante o período
complicado que se seguiu à Convenção de Sintra e à partida de Junot, foi
de apenas 10 dias, chegando a Lisboa a 7 de Julho de 1809, com 21
anos, dedicando a Sintra e Mafra 4 dias, e a Sintra, com Colares
incluído, apenas 2, instalando-se com o seu amigo Hobhouse e três
criados que os acompanharam desde Falmouth para uma longa viagem pela
Europa no pequeno albergue das Lawrence.
Depois, porque não foi cá que escreveu os famosos versos da sua obra Child Harold's Pilgrimage emulando o Delicious Eden,
mas mais tarde, nalguma escala tórrida das suas muitas viagens ou já de
volta a Inglaterra, recordando a frescura e as fontes de Sintra.
Ainda
porque, se de Sintra se lembrou, na forma diletante e pigmaleónica que
emprestou à sua escrita efabulada, foi mais por causa da serra que por
causa dos sintrenses, tendo de forma diletante dito das pessoas o que Maomé não disse do toucinho, de carteiristas a pouco educados e marialvas, e reclamando mesmo do preço exorbitante que uma gordurosa irlandesa, Miss Lawrence, lhe levou pela estadia no hoje hotel de charme que mais não foi que um bed and breakfast dos tempos egrégios, mas que a febre romântica logo transformou num paraíso celestial e etéreo.
Byron
tomou banhos, aprendeu a praguejar em português, terá escrito para casa
a relatar o gozo que lhe deu a passagem por Portugal. So what? Sintra
sempre gostou de dandys, enfants terribles em casa mas adulados
em terra de cego, e, tal como Beckford, Lady Jackson, Hans C.Andersen,
ou até o Palma Cavalão do Eça, sempre foi um refúgio perfeito para eles.
Oh Delicious Eden...
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