sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Evocando Carlos Brousse


As gerações mais antigas de Sintra recordarão por certo a figura incontornável de Carlos Dumas Brousse na vida pública e cívica de Sintra entre os anos 40 e 90. Nascido em 1927, em S.Pedro de Penaferrim, aí viveu toda a vida, e desde os 14 anos, em 1941, sendo presidente da Câmara o capitão João Sousa Soares, que a sua vida passou a identificar-se com a da Câmara, até 1994, aí tendo sido chefe da fiscalização, e, durante muitos anos, secretário dos presidentes, até ao período de João Francisco Justino e Rui Silva, quando finalmente se reformou.
De Carlos Brousse se pode dizer que com ele, os presidentes passavam e ele ficava. Sempre prestável e pronto a ajudar, foi pela sua mão que nesses anos muitos viram problemas resolvidos, ajuda sempre pronta para lhes encontrar trabalho, sempre com um sorriso e boa disposição, não obstante um problema visual que o atormentava desde que nasceu.
Além da Câmara, fez parte de tudo o que em Sintra era sinal de civismo e filantropia: a Santa Casa da Misericórdia, os Bombeiros de S.Pedro, a Sociedade União 1º Dezembro, a Sociedade União Sintrense, o Hockey Clube de Sintra, Os Aliados, "Os Avós", etc, além de ter sido vários anos correspondente do Diário de Notícias em Sintra.
Recordo-o sobretudo a partir dos anos 80, com a sua boa disposição e a sua voz de fadista, que sempre que podia exercitava, bem como na Câmara de Sintra, entre 1989 e 1994, no seu gabinete no claustro dos Paços do Concelho, ou acompanhando os presidentes, com a sua pose presidencial e os inseparáveis óculos escuros.
Sei que está em curso a ideia de o homenagear atribuindo-lhe o nome de um arruamento em S.Pedro, a sua freguesia de sempre, e onde morreu aos 83 anos, em 20 de Abril de 2011. Será um gesto sem dúvida merecido, até porque a quando da sua aposentação, se me afigura não ter o seu trabalho sido devidamente realçado. A vida é feita de memórias e não estaremos bem no futuro se não estimarmos o nosso passado.

1 comentário:

  1. Figura incontornável da vida sintrense, muito colaborante e respeitado, impunha-se naturalmente. Deixou saudades e faz imensa falta a Sao Pedro e a Sintra.

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