A eleição do Papa Francisco
colocou na majestática cadeira vaticana um cura de aldeia e homem do povo, a
que não tem sido possível até a um agnóstico como eu ficar alheio.
Jorge Bergoglio transborda
alegria, e desde já se vislumbra um grande comunicador, alguém que se pode
conceber ver a almoçar num tasco de esquina ou a contar anedotas sobre a gula
dos abades. Num tempo de lideranças cinzentas e de poucos exemplos
morais, com Mandela no ocaso e Obama capturado pelo stablishment, eis um
refrescante exemplo que, se não conseguir debelar os pecados da
Cúria Romana, pode ao menos trazer conforto e esperança a quem o escuta com a
maior informalidade.
Nessa medida, recorda-nos Don
Camilo, o pároco da pequena aldeia de Reggio, na Emilia Romagna, figura criada
por por Giovanni Guarechi e interpretado no cinema por Fernandel, e os calorosos momentos de cumplicidade com o Cristo
crucificado que do altar lhe falava e moderava os ímpetos contra o comunista
Peppone, e onde, quase sempre a bondade da natureza humana, imperfeita mas
fraterna, vinha sempre ao de cima. Nasceu uma estrela.
Sem comentários:
Enviar um comentário