É de bom tom referir que o português é a 5ª língua mais falada do mundo, a língua de Camões, Jorge Amado ou Pepetela, e em torno dela erigir uma comunidade política, a CPLP, tudo tendo como referencial o valor geoestratégico e político da nossa fala comum.
Porém, na presença de um qualquer estrangeiro, logo nos abaixamos a falar a língua deles, como se fosse vergonhoso o esforço destes para falarem a do país que visitam. Já dizia Eça de Queirós que é sinal de civilização falar-se uma língua estrangeira, mas patrioticamente mal, em sinal de respeito, mas não de submissão.
São os futebolistas que mesmo depois de alguns anos não se esforçam para falar o idioma do país onde trabalham, os jornalistas que mal vêm um qualquer espanhol logo buscam o seu melhor portunhol a armar ao cosmopolita, os novo-riquismos dos CEO'S, dos chairman's, das breaking news, do crossfire, e toda a parafernália linguística dita muito europeia e moderna, o economês e o informatiquês a substituir o vernáculo de séculos, isto depois de já o francês ter domesticado a partir do século XIX muito do linguajar autêntico moldado a partir do galaico-duriense medieval.
Dos acordos ortográficos vendilhões à comunicação social provinciana e reverente, breve chegaremos ao tempo em que o português será expresso por um conjunto de emojis tristes e de lágrima no olho, à beira da morte medicamente assistida.
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