quinta-feira, 20 de março de 2014

Mestre Anjos Teixeira


Passam hoje 17 anos da data da morte de Mestre Pedro Anjos Teixeira.

Filho de outra grande figura das artes plásticas, Artur Gaspar dos Anjos Teixeira, aos seis anos veio viver para Sintra, tendo a família fixado residência em Mem Martins. Aos 16 anos começou a trabalhar, em colaboração com o pai no ateliê de Lisboa, actividade que exerceu até 1935. Aos 26 anos de idade, esculpe "Homem com o Polvo", obra que pela, sua originalidade, o revela como escultor. Dotado de grande sensibilidade, é exímio na representação estética naturalista, tanto humana como animal, mostrando grande rigor técnico a par de grande conhecimento de anatomia humana, esta última patente nas estátuas de nus e em "Os Perseguidos". No âmbito da anatomia animal, destacam-se "O Boi de Trabalho" e os animais do "Transporte do Vinho da Madeira".

Entre 1952 e 1953, frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, vindo a exercer depois a função de professor de Modelação e de Desenho nas Escolas António Arroio, Pedro de Santarém e Francisco Arruda.

Foi perseguido pela PIDE ao ponto de, durante anos, não ter ganho um único concurso de Escultura. Por essa razão, em 1959 decidiu "auto-exilar-se" no Funchal, onde exerceu atividades diversas: docente, escultor, músico, jornalista, entre outras. Regressou a Sintra em 1980, onde veio a falecer, deixando um legado de mais de 900 trabalhos.

O Neo-Realismo português teve em Pedro Anjos Teixeira um dos precursores. A sua peça "Monumento aos Perseguidos" é comummente aceite como sendo o seu expoente, ao transmitir uma mensagem política e social - a luta, a persistência, a resistência e a esperança num futuro melhor em liberdade e democracia. Muitos dos seus trabalhos deste período encontram-se expostos no Concelho de Sintra, como por exemplo, o "Monumento ao Trabalhador Rural", reproduzido em bronze em tamanho natural em São João das Lampas (foto abaixo), e o "Monumento ao Professor Primário" (1972), no Cacém.

Na Madeira, deixou várias obras importantes, entre as quais o "Monumento ao Trabalhador Madeirense" (1973); a "Florista Madeirense" (1976); o "Trabalhador" (década de 1960); e o "Transporte do Vinho da Madeira" (bronze), no Funchal, que representa a sua derradeira obra de grandes dimensões.
 

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