Sintra celebra a 29 de Junho, dia de S.Pedro, o feriado municipal, mas talvez poucos saibam que entre 1916 e 1926 o feriado municipal foi a 29 de Agosto, data da morte em Sintra do grande escritor Latino Coelho em 1891. Em reunião de Câmara de 22 de Junho de 1916, foi deliberado assinalar o 25º aniversário da sua morte. Assim, para além de se ter publicado um livro de homenagem, onde participaram as principais figuras políticas e literárias do tempo, foi escolhido o dia 29 de Agosto para feriado do concelho.
José Maria Latino Coelho militar, escritor, jornalista e político português, formado em Engenharia Militar, seguiu a carreira das armas, tendo atingido o posto de general de brigada do estado-maior de engenharia. Seguindo um percurso político que o levaria do Partido Regenerador, pelo qual foi eleito deputado, ao Partido Republicano Português, com passagem por um governo do Partido Reformista, de que foi fundador e ministro, a sua carreira política percorreu todo o arco partidário da Monarquia Constitucional. Foi várias vezes deputado, par do Reino eleito e exerceu as funções de ministro da Marinha e de vogal do Conselho Geral de Instrução Pública. Foi lente na Escola Politécnica de Lisboa e sócio efectivo e secretário perpétuo da Academia Real das Ciências de Lisboa. Como escritor, notabilizou-se com obras de foro histórico e ensaístico.Em 1870, foi incumbido pela Academia Real das Ciências de Lisboa de dirigir a comissão encarregada de dar continuação aos inglórios esforços de José da Fonseca, Bartolomeu Inácio Jorge e Agostinho José da Costa Macedo, os organizadores do Dicionário da Lingua Portuguesa, de 1793, também produzido sob a égide da Academia de Ciência de Lisboa, mas que tinha parado na letra A, em azurrar, e assim se encontrava. Para tal, foram-lhe confiados os subsídios legados a Alexandre Herculano e vendidos pelo falecido historiador àquela corporação.Publicou várias biografias de figuras históricas, as melhores das quais publicadas na colecção intitulada Galeria de varões ilustres de Portugal, do editor David Corazzi.Recebeu também o encargo de escrever, oficialmente uma História do cerco do Porto em 1832, tendo dos seus esforços resultado a publicação da obra intitulada História Política e Militar de Portugal, desde Fins do Século XVIII até 1834 (3 volumes publicados entre 1874-1891).Grande parte da sua obra académica encontra-se dispersa por jornais e revistas, as mais relevantes das quais nas Memórias da Academia das Ciências, na Revista Peninsular, Revista Contemporânea de Portugal e Brasil e no Arquivo Pitoresco.
Faleceu em Sintra a 29 de Agosto de 1891, na casa situada no largo com o seu nome na Vila Velha(foto)
Foto: Pedro Macieira ,"Rio das Maçãs"
Vivi nesta casa nos princípios dos anos 50! Fantástico.
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