quinta-feira, 23 de junho de 2011

In memoriam de Eduardo Lacerda Tavares


Foi no passado  dia 18 de Junho descerrada uma placa toponímica que dá o nome do Dr. Eduardo Lacerda Tavares à rotunda fronteira ao Palácio da Justiça de Sintra. Recordo com respeito e amizade o dr. Eduardo Lacerda Tavares, insigne advogado com quem privei desde os anos 80, primeiro como advogado estagiário, quando nos cruzámos algumas vezes em processos onde defendemos clientes diferentes, e depois na Câmara Municipal, momentos em que sempre pude registar um profissionalismo e elevação na defesa das causas a que se entregava, exemplo de urbanidade, discrição e competência. O Dr. Lacerda Tavares era um Advogado com A grande,duma estirpe que hoje quase não há, um lutador pela Justiça e uma humanista praticante, na sua profissão e para com a comunidade onde se integrava.
Falecido há poucos meses em circunstâncias que a todos chocaram, pela surpresa e circunstancialismo, vivia em Sintra desde 1954 ,onde estudou no Colégio Académico, tendo ingressado em 1957 na Faculdade de Direito de Lisboa onde se licenciou em 1962. Em Sintra 47 anos seguidos se distinguiu no exercício da advocacia.Teve igualmente ao longo da vida inúmeras intervenções na sociedade civil sintrense e na defesa de causas sociais, de que se destacam a Santa Casa da Misericórdia e a Liga dos Amigos da Terceira Idade «Os Avós».De 1998 a 2006 exerceu o cargo de provedor da mesa administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Sintra e de 2007 até à data do falecimento foi presidente da assembleia geral, funções que igualmente exercia na Liga dos Amigos da Terceira Idade «Os Avós», que ajudou a fundar. Foi também membro do Rotary Clube de Sintra e presidente do conselho distrital de Lisboa da União das Misericórdias Portuguesas.
Em 1975 foi um dos fundadores da secção de Sintra do então PPD. Foi candidato a deputado à primeira Assembleia Constituinte e em 1976 candidato à presidência da Câmara Municipal de Sintra, tendo exercido as funções de vereador entre 1977 e 1979.
Encontrei-o pela última vez na véspera da sua morte, na Portela de Sintra, no quiosque dos jornais, como sempre tinha um sorriso afável e a elegância dum cumprimento frontal e fraterno. 
Uma rotunda não é muito, mas maior homenagem é a que os advogados, antigos e agora chegados, e demais membros da comunidade lhe podem fazer lutando diariamente não só pela realização do Estado de Direito mas sobretudo por essa utopia generosa que é o Estado de Justiça nunca perdendo de mira o seu destinatário principal, o Homem.

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