segunda-feira, 20 de junho de 2011

Recordar António Medina Júnior


Figura incontornável da Sintra do séc XX António Medina Júnior, merece ser aqui recordado, numa série de textos onde iremos repescar a memória de sintrenses ilustres hoje menos lembrados.
Medina Júnior nasceu a 21 de Abril de 1898, em Tavarede, filho de António Medina e de Otília Nunes do Espírito Santo.
Fez a instrução primária com a professora Maria Amália de Carvalho e continuou os estudos na Escola Industrial e Comercial da Figueira da Foz, frequentando o curso nocturno, empregando-se, como aprendiz de tipógrafo, na Tipografia Lusitana, na Figueira.
Fundou o semanário “Praia Elegante”, em 1915, de companhia com António Amargo e Mário Reis, seus companheiros de trabalho naquela tipografia. No ano de 1921, fundou em sociedade com João Fernandes Nascimento, a tipografia “Nascimento & Medina”, com instalações na Rua das Flores, mas que teve curta duração.
Muito novo, integrou-se no associativismo, primeiro na Sociedade de Instrução Tavaredense e depois no Grupo Musical e de Instrução, fundado por seu pai e por seu tio, José Medina, em 1911.
Executante musical de elevado nível, fez parte da Tuna e de um conjunto musical de que foi violinista, com António Cordeiro, tocando em bailes de gala e em celebrações religiosas, acompanhando, por vezes, um coral expressamente formado para estes actos solenes.
Amador dramático muito versátil, formou, com sua irmã Violinda, o par de principais protagonistas nas peças levadas à cena pelo grupo dramático do Grupo Musical, no período de 1920 a 1927.
Também foi ensaiador do mesmo grupo (ensaiou, entre outras peças, a opereta Amores no Campo) e dirigente, na direcção e na assembleia geral. Também exerceu o cargo de cobrador da Companhia do Gás e das Águas.
Começou, muito novo, a dedicar-se ao jornalismo. Além de fundar o jornal já referido, foi correspondente local do jornal “O Figueirense”, em cuja tipografia se empregou em 1923, chegando a travar acesas polémicas com correspondentes rivais a propósito de problemas da terra.
No ano de 1927, correspondendo a um convite que lhe foi dirigido, foi para Sintra trabalhar e dirigir uma tipografia onde era composto e impresso o jornal “Sintra Regional”. Com a morte do seu proprietário, adquiriu a tipografia para si e, no dia 7 de Janeiro de 1934, lançou o “Jornal de Sintra”, de que foi proprietário e director até à sua morte no ano de 1983.Nesse lugar deu voz a figuras de Sintra como José Alfredo Costa Azevedo,Mestre Alonso,Rio Dez,na defesa do nosso património e valores,da liberdade de expressão e em luta contra a censura .
Casou em 1920, com Emília Pedrosa, também ela amadora dramática no Grupo Musical, e tiveram dois filhos: a hoje incontornável escritora Maria Almira Medina  e António. Faleceu em Sintra, no dia 22 de Outubro de 1983.De todos os jornais efémeros que em Sintra se publicaram só o Jornal de Sintra ainda resiste hoje

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