quinta-feira, 18 de julho de 2019

Madiba



Hoje é o Dia Internacional Nelson Mandela.
Há muito imortalizado, o mais conhecido prisioneiro de Robben Island e sagaz lutador contra o regime do apartheid fez já a Grande Viagem, qual velho e pachorrento elefante a caminho da derradeira morada. Com Nelson Mandela partiu o derradeiro lutador icónico do século XX, depois de Ghandi, Luther King, Che Guevara ou Madre Teresa de Calcutá.
Com Mandela, o mundo assistiu ao exemplo da perseverança na luta pelos ideais, à reconciliação para lá da cor da pele, ao orgulho das convicções e ao exemplo em quem todos se querem rever. Madiba para o seu povo, Madiba de todos nós, é justo recordá-lo no seu dia e quando tem já página garantida nos manuais de História. Não na dos caudilhos ou demagogos, mas na dos inspiradores e idealistas, como o foi na África do Sul Shaka Zulu. 
Recordo a sua viagem a Portugal, em Outubro de 1993, e como foi inspirador escutar ao vivo na Aula Magna um homem a quem 27 anos de prisão não deixaram sombra de ressentimento e com serenidade nos falou do futuro, e de como o perdão com olhos no devir é atributo que só grandes homens têm o dom de possuir.
No dia em que, sereno como quem acabava de dar um simples passeio pelo jardim, saiu de mão dada com Winnie de Robben Island, o mundo pela CNN, viu pela primeira vez o rosto envelhecido mas sereno do homem que esteve 27 anos encarcerado e em trabalhos forçados, junto com outras figuras emblemáticas do ANC. Nesse dia, já Mandela era imortal, e os anos que seguiram o demonstraram. Obrigado Madiba!