2011 é o Ano Internacional das Florestas. As florestas cobrem 31% de toda a área terrestre do planeta e têm responsabilidade directa na garantia da sobrevivência de 1,6 biliões de pessoas e de 80% da biodiversidade terrestre. Pela sua importância, merecem ser mais preservadas e valorizadas e, por isso, a ONU declarou 2011 como o Ano Internacional das Florestas. As florestas são capazes de movimentar cerca de 327 biliões de dólares todos os anos, mas infelizmente o mundo debate-se com a triste realidade da desflorestação. A ideia deste Ano, é a da promoção de acções que incentivem a conservação e a gestão sustentável de todos os tipos de floresta existentes, mostrando que a sua exploração sem sustentabilidade pode causar uma série de prejuízo irreversíveis, como a perda da biodiversidade; o agravamento das mudanças climáticas, o incentivo a actividades económicas ilegais ou o estímulo à construção clandestina.
A importância do sector florestal em Portugal é inquestionável. A floresta ocupa 38 % do território de Portugal continental, com diferentes taxas de arborização nas várias regiões do País, verificando-se que o pinheiro bravo (Pinus pinaster), o sobreiro (Quercus suber) e os diversos tipos de eucalipto são as espécies mais representativas e, também, de maior interesse económico, ocupando no seu conjunto quase 75 % da área de floresta. Portugal é igualmente o país da União Europeia com mais floresta nas mãos de proprietários privados que, em grande parte, se defrontam com a sua baixa rentabilidade. Este problema tem particular incidência na floresta do Norte e do Centro, assim como nalgumas áreas serranas do Sul, traduzindo-se num défice de gestão das áreas florestais a que se vem juntar o crescente abandono de muitas áreas agrícolas. Esta situação é uma das principais responsáveis pela dimensão do flagelo dos incêndios, que vem tomando, nos últimos anos, proporções de calamidade pública. A expansão do Eucalipto (essencialmente o Eucalyptus globulus) é recente e coincide com o crescimento da indústria papeleira, responsável pela gestão de cerca de 30% dessa área, na qual se abastecem em cerca de 20% do volume total de madeira consumida.
Sintra é particularmente representativa da intervenção humana na floresta. Por se erguer perpendicularmente à linha de costa, a serra de Sintra é o primeiro obstáculo natural que os ventos húmidos do Atlântico encontram interceptando o seu percurso. Isso permite um microclima mediterrânico de feição oceânica, com níveis de humidade característicos dos climas subtropicais. A protecção proporcionada pelas copas e a manta morta gerada pela queda das folhas e ramos, contribuem para a manutenção de temperaturas e de níveis de humidade no solo propícias ao desenvolvimento da grande diversidade de espécies que aqui podemos encontrar, na sequência da construção de autênticos parques românticos. Aqui pontificam o cedro-do-Buçaco, da América Central, a Búnia-Búnia, da Nova Caledónia, a Araucária de Norfolk, o Ginkgo da China ou a magnólia americana, numa miríade de clorofila e orvalho redentores da verdadeira Floresta Mágica.Sendo 2011 igualmente o Ano Europeu do Voluntariado, porque não aproveitar para em conjunto com técnicos habilitados ao menos plantar ou tratar uma árvore, ou como patronos adoptar uma ou várias as quais ao longo do ano se cuidariam e monitorizariam, aproximando as populações à “sua” Floresta, à “sua “ serra? E já agora, porque não igualmente uma Liga dos Amigos da Serra de Sintra, de alerta e com intervenção pedagógica, agindo em interacção com os gestores do território? Aqui, como em muitas outras coisas, é igualmente preciso distinguia a árvore e a floresta.
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