Enfadado com a política espanhola de cortes de 10.000
milhões de euros na saúde e educação e dos 6 milhões de desempregados, record
europeu em fase de expansão, Sua
Majestade o rei de Espanha meteu a espingarda a tiracolo e marchou para o
Botswana, como os seus antepassados caminharam para as Américas em busca do
ouro e da prata.
Desportista e em forma, apesar das 12 operações nos anos
mais recentes, a troco de 45.000 euros , dispôs-se qual caçador buscando satisfazer a fome da
família, e numa óptica de sobrevivência, a partir para a picada, devidamente
transportado em avião com ar condicionado, para, cara a cara com a fera que o
provocava, talvez nalgum documentário do National Geographic, dominar a
possante lexodonta africana, milenar inimiga de Castela e Leão, para uma foto
digna de um vice-rei da Índia, este porém enfadado com a Zarzuela ou o palácio
Miravent em Palma.
Reinar nos dias de hoje é monótono, e não foram umas
escapadelas nocturnas, umas caçadas com elefantes parados frente à mira para
não cansar o real predador ou umas festas para o desfile de chapéus e dragonas,
e a vida deste pobre rei seria infeliz e tortuosa. É claro que dar esse
dinheiro para os desempregados e sem abrigo não resolveria nada, que rei é rei,
e que ter morto o irmão no Estoril com um acidente de caça não foi suficiente
para afastar Don Juan Carlos das armas (afinal, ainda ficaram muitos irmãos). E
na mesma semana em que o neto também deu um tiro no pé, usando arma de fogo
quando o limite para uso e porte de arma em Espanha são 14 anos, também o avô anda a dar tiros no pé nos últimos tempos. Mas, afinal,
não estão eles lá para reinar?....
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