Têm vindo a ser efectuados, discretamente e de forma espaçada, abates de árvores alegadamente em más condições fitossanitárias (no Centro Histórico de Sintra, R.João de Deus e Correnteza, entre outros locais) tendo por base um parecer técnico que suporta essa decisão.
Não é objectivo deste texto questionar a pertinência da referida actuação, embora a sustentação técnica apresentada pela Câmara pudesse merecer alguns comentários. Contudo, tal intervenção é vista com desagrado e apreensão por um grande número de sintrenses, desapontados com a forma como foi aligeirada e nesse sentido escamoteada a auscultação dos munícipes e associações locais, antecedendo um célere abate e sem comunicação eficaz à população.
Efectivamente, não obstante o portal da Câmara ter anunciado de forma bastante discreta (uma informação numa janela de animação, sempre em movimento) que a Câmara Municipal de Sintra iria proceder à substituição de árvores, o que ocorreu até ao presente não foi de maneira nenhuma uma substituição, mas sim um abate puro.
Saliente-se, aliás, que igualmente outras árvores já abatidas em anos anteriores também não mereceram ainda a tal substituição, em muitos caso calcetando-se os espaços ou deixando-os esventrados. O direito/dever de informar neste âmbito sensível da preservação da herança vegetal e coberto arbóreo, e seus impactes visuais, será melhor acautelado com uma prévia, permanente, e mais visível informação sobre estas matérias, assim permitindo a percepção do público fruidor de tal património do alcance das intervenções e um efectivo, e não meramente semântico, exercício do dever de audiência dos interessados difusos, no paradigma do procedimento administrativo democrático.
É sabido que nem a todos esta causa agrada. Uns porque preferem a comodidade de ter locais para estacionar os carros ou melhor circular, outros porque alegadamente as árvores são origem de lixo e alergias, ou têm raízes que invadem os quintais. E também à comunicação social local pouco chama um abate de duas árvores aqui ou três acolá, numa época em que só o escândalo ou a informação-espectáculo seduz o leitor. Porém, o direito à imagem, que levou também à classificação de Sintra como Paisagem Cultural e a falta de reposição ainda que com espécies de outro género mais adequadas ao perfil urbano dos locais deveria levar a dar mais atenção a estes fenómenos e a acarinhar melhor um espaço cénico bafejado pela natureza e que pelos vistos serve para vender Sintra como capital do “romantismo” mas paulatinamente matando qualquer vestígio de espaço romântico que ainda subsista.
Em Sintra, cada vez menos as árvores morrem de pé.
Não é objectivo deste texto questionar a pertinência da referida actuação, embora a sustentação técnica apresentada pela Câmara pudesse merecer alguns comentários. Contudo, tal intervenção é vista com desagrado e apreensão por um grande número de sintrenses, desapontados com a forma como foi aligeirada e nesse sentido escamoteada a auscultação dos munícipes e associações locais, antecedendo um célere abate e sem comunicação eficaz à população.
Efectivamente, não obstante o portal da Câmara ter anunciado de forma bastante discreta (uma informação numa janela de animação, sempre em movimento) que a Câmara Municipal de Sintra iria proceder à substituição de árvores, o que ocorreu até ao presente não foi de maneira nenhuma uma substituição, mas sim um abate puro.
Saliente-se, aliás, que igualmente outras árvores já abatidas em anos anteriores também não mereceram ainda a tal substituição, em muitos caso calcetando-se os espaços ou deixando-os esventrados. O direito/dever de informar neste âmbito sensível da preservação da herança vegetal e coberto arbóreo, e seus impactes visuais, será melhor acautelado com uma prévia, permanente, e mais visível informação sobre estas matérias, assim permitindo a percepção do público fruidor de tal património do alcance das intervenções e um efectivo, e não meramente semântico, exercício do dever de audiência dos interessados difusos, no paradigma do procedimento administrativo democrático.
É sabido que nem a todos esta causa agrada. Uns porque preferem a comodidade de ter locais para estacionar os carros ou melhor circular, outros porque alegadamente as árvores são origem de lixo e alergias, ou têm raízes que invadem os quintais. E também à comunicação social local pouco chama um abate de duas árvores aqui ou três acolá, numa época em que só o escândalo ou a informação-espectáculo seduz o leitor. Porém, o direito à imagem, que levou também à classificação de Sintra como Paisagem Cultural e a falta de reposição ainda que com espécies de outro género mais adequadas ao perfil urbano dos locais deveria levar a dar mais atenção a estes fenómenos e a acarinhar melhor um espaço cénico bafejado pela natureza e que pelos vistos serve para vender Sintra como capital do “romantismo” mas paulatinamente matando qualquer vestígio de espaço romântico que ainda subsista.
Em Sintra, cada vez menos as árvores morrem de pé.
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