Decorrente da visita de monitorização da missão conjunta World Heritage Centre/ICOMOS de 10 a 15 de Janeiro de 2010 que veio analisar a situação da Paisagem Cultural de Sintra, missão que foi requerida durante a 33ª sessão do World Heritage Comitee na reunião de Sevilha, em 2009 foi aprovado um relatório que teve por base as recomendações da mesma. Nesse relatório, da autoria dos peritos Gerard Collin e Jean Louis Vanden Eynde estes constataram que a pressão turística em Sintra tem sido controlada com a diversificação de locais e centros de interesse, novos circuitos e outros temáticos e melhor distribuição dos visitantes. Repara-se que a pressão na Pena, por exemplo, num mês de turismo sazonal é de quase 50.000 visitantes/mês. Já a criação de um novo jardim entre a Pena e o Chalé da Condessa gerou alguma apreensão, tendo a missão sugerido antes a recuperação de outros edifícios dentro do parque da Pena. E, facto importante, recomendaram que as comunidades locais se envolvessem mais na gestão da área classificada. Foi sugerido que o Plano de Gestão inclua um plano de acção para o futuro restauro dos jardins e parques baseado em estudo da história e evolução dos parques e instalações, sendo que entenderam que a zona tampão se deveria estender para norte da área inscrita. Nesses termos, o WHC reunido em Brasília em Agosto de 2010 recomendou que estas e outras as considerações fossem implementadas e espera até Fevereiro de 2012 relatório actualizado sobre as propostas formuladas.
Reaberto o Chalé da Condessa e estando em curso a recuperação duma vasta área agora designada por Quinta da Pena, algumas sugestões para usos e fruições: porque não a criação de novos circuitos explicativos (históricos, botânicos, de educação ambiental) e a organização de oficinas temáticas de sensibilização das escolas e da sociedade civil? Porque não a abertura de um centro interpretativo do Palácio e jardins ou a criação de uma escola de jardineiros no espaço da Abegoaria ou similar, nas imediações do Chalé da Condessa? A promoção, se possível mensal, de eventos culturais no Palácio, Chalé e jardins, divulgadas pelas escolas, postos de turismo e empresas e a adopção de veículos eléctricos colectivos nos circuitos entre os palácios, proibindo o acesso de veículos particulares a partir da Estrada da Pena (ou sua circulação bastante condicionada) seriam medidas igualmente bem vindas. A criação de uma Liga dos Amigos dos Parques de Sintra seria igualmente uma forma de especificamente envolver as populações nessa causa concreta, actuando de forma pró-activa e dinamizadora, criticando e propondo numa óptica de utilizador. Muito há, pode, e deve ser feito, ainda.
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