Ocorreu hoje a inauguração do Chalé da Condessa, depois das obras que ao longo de 4 anos devolveram à vida aquele espaço abandonado do Parque da Pena. Importa agora visitar, cheirar, e sobretudo, contemplando as velhas pedras e os palpitantes bosques deixar-mo-nos inebriar pelos silêncios a que temos direito, direito do homem não consagrado em textos ou códigos, mas apenas o direito a regressar à terra, ao solo húmido e orvalhado. Ali paira o fantasma duma condessa cantora de ópera. Ópera dos sentidos podem agora os visitantes ali escutar, captando o imenso ruído interior que só o silêncio propicia.Alunos e professores, poetas parnasianos ou cínicos futuristas, deixem vossas tocas urbanas e mergulhem no reino de Klingsor, protegido pelo tritão, e pleno de palavras por escrever, esculturas por esculpir, sonhos por idealizar, em clorofila e odor. Não estavam faunos mas estavam, não estavam gamos mas pulavam, não estavam toutinegras mas esvoaçavam, Elise Clépsidra espreitava do alto das pedras atlantes, e sorria. Afinal, é possível a redenção. Lizt, é de Lizt que precisamos agora, tut mier leid!
Cavalos belgas para trabalhos florestais no Parque
Aspecto da Inauguração
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