Passa agora
um ano, morreu Maria Almira Medina, a decana da vida cultural sintrense.
Escritora, poeta, caricaturista, filha do fundador do Jornal de Sintra, António
Medina Júnior, durante muitos anos dominou o panorama local como batalhadora
pelas causas dos artistas e da escrita. Ainda jovem, cantou na primeira edição
do Baile das Camélias, em 1941, na Sociedade União Sintrense, e em 1954 recebeu
o 1º Prémio Nacional de Caricatura.
Conheci-a em
2006, e em 2007 participou no III Encontro de História de Sintra, organizado
pela Alagamares, com uma apaixonada intervenção evocativa duma figura esquecida
de Sintra, o Carvalho da Pena, comunicação impressiva pela forma como nos guiou
pela memória dum passado, que foi seu e nosso também.
Associada da
Alagamares desde quase a sua fundação, a Menina Girassol, nome de um dos seus
livros mais aclamados, connosco participou desde 2006 na campanha cívica pelo
restauro do Chalé da Condessa, e dedicado ao qual escreveu um inspirado poema,
lido em 2008 perante umas dezenas de activistas e frente ao então abandonado e
esventrado Chalé da Condessa d’Edla, campanha felizmente levada a bom porto,
apesar de já na altura passar dos oitenta. Recordo a sua figura pequena, mas
firme, passando a corrente que impedia o acesso ao local e que prontamente
passámos, apesar de proibido, com um juiz de Direito a encabeçar os “insurrectos”
Maria Almira
é um exemplo para as novas gerações e a Alagamares teve ocasião de lhe prestar
uma singela homenagem durante uma das suas oficinas de teatro orientadas por
Rui Mário, grande figura do teatro em Sintra, e durante a qual textos seus
foram representados dramaturgicamente perante uma Maria Almira emocionada.
Sem comentários:
Enviar um comentário