quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Ninguém lembrou Brandão de Vasconcelos


 

Passou ontem, 14 de Janeiro, o 80º aniversário da morte do médico, agricultor, e dirigente associativo António Brandão de Vasconcelos, nascido na Beira em 1866 e tragicamente falecido em Colares nessa data, no ano de 1934.Fundador da Adega Regional e do Sindicato Agrícola, grande benemérito e filantropo local, o seu funeral foi na altura acompanhado por milhares de pessoas a pé até Colares, donde partiu um extenso cortejo automóvel em direcção ao cemitério dos Prazeres, em Lisboa, num dos eventos mais participados nessa época e a que a imprensa local deu ampla divulgação. Deputado à Assembleia Constituinte de 1911 e posteriormente senador, amigo dos desfavorecidos e promotor de melhoramentos, renunciou ao mandato em finais de 1915, num comunicação onde deixou transparecer a desilusão com os políticos e a falta de respeito que estes (já então!) tinham pela Constituição. E escreveu, premonitório: Há muito que tenho a opinião de que a monarquia caíra muito pelos seus erros, mas também por falta de respeito por conveniências sociais. Infelizmente republicano antigo e como tal continuando a ser, vejo o mal não só deste ou daquele partido, deste ou daquele regime, é orgânico, é nacional.

Depois do seu falecimento, muitos anos durou a saga do seu testamento, através do qual procurou contribuir para o desenvolvimento da lavoura local pela criação de uma escola agrícola. Nunca tal logrou ver a luz do dia, nos últimos 70 anos. Salve-se porém o facto de recentemente enfim o espaço que dedicou a tal objectivo se ter transformado num local vivo e com finalidade pedagógica, aí funcionando a Escola Profissional Alda Brandão de Vasconcelos.

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