Passou ontem,
14 de Janeiro, o 80º aniversário da morte do médico, agricultor, e
dirigente associativo António Brandão de Vasconcelos, nascido na Beira em 1866
e tragicamente falecido em Colares nessa data, no ano de 1934.Fundador da Adega
Regional e do Sindicato Agrícola, grande benemérito e filantropo local, o seu
funeral foi na altura acompanhado por milhares de pessoas a pé até Colares,
donde partiu um extenso cortejo automóvel em direcção ao cemitério dos
Prazeres, em Lisboa, num dos eventos mais participados nessa época e a que a
imprensa local deu ampla divulgação. Deputado à Assembleia Constituinte de 1911
e posteriormente senador, amigo dos desfavorecidos e promotor de melhoramentos,
renunciou ao mandato em finais de 1915, num comunicação onde deixou
transparecer a desilusão com os políticos e a falta de respeito que estes (já
então!) tinham pela Constituição. E escreveu, premonitório: Há muito que tenho a opinião de que a
monarquia caíra muito pelos seus erros, mas também por falta de respeito por
conveniências sociais. Infelizmente republicano antigo e como tal continuando a
ser, vejo o mal não só deste ou daquele partido, deste ou daquele regime, é
orgânico, é nacional.
Depois do
seu falecimento, muitos anos durou a saga do seu testamento, através do qual
procurou contribuir para o desenvolvimento da lavoura local pela criação de uma
escola agrícola. Nunca tal logrou ver a luz do dia, nos últimos 70 anos.
Salve-se porém o facto de recentemente enfim o espaço que dedicou a tal
objectivo se ter transformado num local vivo e com finalidade pedagógica, aí
funcionando a Escola Profissional Alda Brandão de Vasconcelos.
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