O restauro
do salão nobre do Palácio da Pena, em Sintra, projecto que representou um
investimento de 262.500 euros, é inaugurado hoje pelo secretário de Estado da
Cultura, Jorge Barreto Xavier. No salão nobre foram reabilitadas
infra-estruturas, revisto o pavimento e restaurados revestimentos em madeira e
em estuque. Lustres, vitrais, mobiliário e porcelanas também beneficiaram de
atenção especializada.
Os trabalhos
obrigaram a análises cromáticas em laboratório para se encontrar a cor original
das paredes, onde os estuques se apresentavam muito deteriorados, e no exterior
das janelas foram colocadas tiras de tecnologia LED, para que os vitrais possam
ser observados durante a noite. A opção por iluminação com lâmpadas LED permite
reduzir consumos e os riscos de incêndio.
Um sistema
inovador de detecção de incêndios, com aspiração contínua do ar (e análise
constante dos parâmetros de dióxido de carbono) dispensa o recurso a caixas no
tecto. Os revestimentos de paredes e tectos (com estuques lisos e com relevo)
foram tratados respeitando as técnicas e materiais originais.
O pavimento
sofreu uma intervenção profunda a nível estrutural, superficial e de
enquadramento das novas infraestruturas. Para debaixo do soalho foram
transferidos todos os cabos que antes estavam nas paredes e os estofos, datados
do século XIX, foram recuperados em pele de cabra tingida com corante vermelho
natural, a partir de análises a amostras originais no Centro Tecnológico das
Indústrias do Couro. As porcelanas asiáticas, do tempo de D. Fernando,
também foram também alvo de conservação e restauro.
Segundo a
PSML, um dos principais focos do projecto residiu na recuperação das luminárias
(lustre e quatro tocheiros empunhados por "Turcos"), que foram
completamente desmontados, limpos e apetrechados com lâmpadas especiais. O
restauro dos vitrais das janelas incluiu também a recuperação das caixilharias
a consolidação das calhas de chumbo, tratamento das fracturas e lacunas
cromáticas.
Uma vez mais
a PSML seguiu uma filosofia virtuosa que já vinha ensaiando desde o restauro do
Chalé da Condessa, a de "abrir para obras", isto é, permitir que o
acompanhamento dos trabalhos de restauro fossem visualizados pelos visitantes,
a par da auscultação de stakeholders do património local na tomada de
decisões e sua comunicação.
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