quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Reabertura do Salão Nobre do Palácio da Pena


O restauro do salão nobre do Palácio da Pena, em Sintra, projecto que representou um investimento de 262.500 euros, é inaugurado hoje pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier. No salão nobre foram reabilitadas infra-estruturas, revisto o pavimento e restaurados revestimentos em madeira e em estuque. Lustres, vitrais, mobiliário e porcelanas também beneficiaram de atenção especializada.
Os trabalhos obrigaram a análises cromáticas em laboratório para se encontrar a cor original das paredes, onde os estuques se apresentavam muito deteriorados, e no exterior das janelas foram colocadas tiras de tecnologia LED, para que os vitrais possam ser observados durante a noite. A opção por iluminação com lâmpadas LED permite reduzir consumos e os riscos de incêndio.
Um sistema inovador de detecção de incêndios, com aspiração contínua do ar (e análise constante dos parâmetros de dióxido de carbono) dispensa o recurso a caixas no tecto. Os revestimentos de paredes e tectos (com estuques lisos e com relevo) foram tratados respeitando as técnicas e materiais originais.
O pavimento sofreu uma intervenção profunda a nível estrutural, superficial e de enquadramento das novas infraestruturas. Para debaixo do soalho foram transferidos todos os cabos que antes estavam nas paredes e os estofos, datados do século XIX, foram recuperados em pele de cabra tingida com corante vermelho natural, a partir de análises a amostras originais no Centro Tecnológico das Indústrias do Couro. As porcelanas asiáticas, do tempo de D. Fernando, também foram também alvo de conservação e restauro.
Segundo a PSML, um dos principais focos do projecto residiu na recuperação das luminárias (lustre e quatro tocheiros empunhados por "Turcos"), que foram completamente desmontados, limpos e apetrechados com lâmpadas especiais. O restauro dos vitrais das janelas incluiu também a recuperação das caixilharias a consolidação das calhas de chumbo, tratamento das fracturas e lacunas cromáticas.
Uma vez mais a PSML seguiu uma filosofia virtuosa que já vinha ensaiando desde o restauro do Chalé da Condessa, a de "abrir para obras", isto é, permitir que o acompanhamento dos trabalhos de restauro fossem visualizados pelos visitantes, a par da auscultação de stakeholders do património local na tomada de decisões e sua comunicação.

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