Faz hoje um ano que a serra de Sintra foi assolada por
chuvas e ventos ciclónicos, originando prejuízos de cerca de 3 milhões de
euros, segundo a PSML. Nesse dia, a queda de cerca de duas mil árvores provocou
o corte de estradas e caminhos, diversos muros e pavimentos foram danificados,
e as infraestruturas de rega, energia e comunicações foram também em grande
parte afectadas. Caiu uma árvore de grande porte sobre a bilheteira instalada
na casa do guarda do Chalet da Condessa e os vários monumentos tiveram que ser
encerrados vários dias.
Desde então essa casa foi reconstruída, aproveitando-se a
oportunidade para alterar a organização interior do espaço, permitindo que hoje
funcione também como loja. Desenvolveu-se também um projecto de recuperação dos
muros (já terminado) e caminhos destruídos (já reabertos). Relevo também para a acção de muitos voluntários que nos dias subsequentes organizadamente colaboraram na limpeza e remoção de entulhos e detritos que por toda a serra devastada impediam os acessos e a circulação.
Dos 33 hectares afectados no Parque, os principais espaços
de visita no Parque da Pena estão hoje limpos, tendo a Parques de Sintra
recorrido às suas equipas internas, apoiadas por maquinaria florestal mas
também por cavalos ardennais. No total, foram removidas até ao momento cerca de
700 árvores, faltando ainda limpar cerca de 24 hectares no Parque, segundo
refere a empresa.
Dado que, nos Parques da Pena e Monserrate, todas as árvores
estão etiquetadas com código de barras, georreferenciadas e classificadas
botanicamente, sabe-se que na Pena havia 35.000 e em Monserrate 18.000 árvores,
sendo possível, no final da remoção de todas as árvores caídas, saber com rigor
o número e a espécie das árvores atingidas. Em Novembro, reuniram-se condições
para iniciar a reflorestação de algumas das áreas que, após os trabalhos de
remoção de árvores e resíduos lenhosos ficaram mais expostas. Assim, foram já
plantadas 285 árvores jovens de médio porte, tais como abetos, cedros,
juníperos, criptomérias, píceas, sequoias, pseudotsugas, tsugas, liriodendros,
faias e tílias.
Também em Novembro, começou o projecto de recuperação do
Sistema de Rega do Jardim da Condessa d’Edla e da Quinta da Pena, muito
danificado no temporal. Por fim, serão reparadas as valetas, passagens
hidráulicas e sumidouros, remates de canteiros, degraus e pavimentos.
Felizmente o ciclone ocorreu numa altura em que a Parques de
Sintra estava já instalada e suficientemente equipada para acorrer aos
trabalhos no terreno, e não obstante a reposição do coberto vegetal com a idade
e vetustez da destruída demore alguns anos ou décadas, resta a consolação de
saber que nem tudo ficou por fazer e que após a catástrofe se pode reconstruir
organizando e protegendo com meios e formas mais adequadas.
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