sábado, 18 de janeiro de 2014

Trinta anos sem Ary



“As portas que Abril abriu ninguém as há-de fechar!"- gritou numa madrugada de Abril José Carlos Ary dos Santos, o bardo da Hora da Liberdade, quando o futuro era possível e os amanhãs sorriam. Como vão longe esses dias em que a Esperança foi profecia sonhada a caminho dum mundo novo de irmãos, unidos na luta pela justiça e por um país para todos. Os anos passaram, o país está de novo enfezado, triste e sem esperança, e sem Arys que cantem com raiva redobrada que há portas para voltar a abrir.
Longe vai o tempo em que juntos gritámos, de sangue na guelra, pelas causas generosas, razoavelmente exigindo os impossíveis, pois só salvando o mundo nos poderíamos salvar. Salvou-se a memória, o orgulho de ter tentado e a certeza de nunca ter desistido. Atrás de tempo, tempo vem, trinta anos sem Ary, e hoje, como ontem, o tempo ainda é feito de mudança.

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