Andaram trolls à solta ontem em Oslo e na ilha de Utoya. Paranóicos, extremistas, fundamentalistas? O paradoxo apodera-se das sociedades livres quando a liberdade é usada para dela abusar, o que, ironicamente, em nome da segurança colectiva leva sempre depois a um rastreio das ditas liberdades. A liberdade de circular sem scanners corporais ou revistas, a liberdade de aceder à Internet, a liberdade de deslocação a qualquer lado sem com isso atrair suspeitas.
Foi na Noruega agora, o mais improvável dos locais, normalmente só lembrada pelo bacalhau ou pelos desportos de Inverno. Poderá ser em Lisboa, um dia, um desempregado em desespero, um extremista obcecado, um fundamentalista contra a nossa presença em teatros de guerra. Uma coisa é certa: a maior vitória do terrorismo será no momento em que por causa dele nos tornarmos incontornavelmente uma sociedade condicionada, desconfiada e concentracionária. Com medo.
Da minha parte, como português e em particular como sintrense, uma saudação solidária ao povo da Noruega, país a quem Sintra deve um grande apoio ao restauro do Chalé da Condessa e a recuperação do palácio de Monserrate, sempre parceiros entusiastas e leais amigos.
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