quarta-feira, 13 de julho de 2011

Os dias antes do default


A crise da dívida na Europa ameaça eternizar-se e com isso deixar os governos à beira de um ataque de nervos e todas as medidas que se venham a tomar inócuas e sem efeito prático, como se viu com a insensibilidade das agências de notação financeira (se alguém pensava que a voz de barítono do nosso novo PM era música para elas desengane-se, onde há lucros não há amizades). Estamos assim à mercê do capitalismo especulador financeiro mais atroz que se viu desde a Revolução Industrial. Que fazer?
Antes de mais, actuar em uníssono. Só que a Europa dita de “União” é um saco de gatos sem voz própria ou forte( Rompoy e Barroso são meros eurocratas)  e Berlim só vê o umbigo. Como obrigar os países do Directório a atacar de frente o problema? Quanto a mim, só a ameaça de incumprimento em simultâneo nas 3 ou 4 economias mais expostas até ao momento pode levar os “grandes” por pressão dos seus bancos a agir. A crise é transversal e as medidas de quarentena para os “doentes” chegam tarde demais. Como com os pepinos, enganaram-se no alvo e criaram um problema maior do que o existente. Com os EUA em risco de default (quem diria!) a Europa paralisada e a China à espera, não sei que coelho pode a Europa tirar da cartola que não passe por danos colaterais para alguma das partes envolvidas. E afinal, se o euro acabar, ao fim de 10 anos, muitas outras coisas tidas como imutáveis também acabaram: a União Soviética, a Sociedade das Nações, os impérios coloniais. Francis Fukuyama escreveu há uns anos que o fim da URSS significou o “fim da História”. Nunca se deve dizer nunca. Tudo está em aberto, sabe-se lá se sobre as brasas fumegantes do fim do euro...

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