terça-feira, 7 de março de 2017

Doze anos depois




Estão a passar esta semana 12 anos da fundação da Alagamares. Foi uns dias depois duma assembleia geral de uma associação local onde eu e mais alguns amigos estivemos que achámos, face ao pobre panorama da vida associativa local ser chegado o momento de algo de novo, que agregasse jovens e menos jovens em causas para lá das festas de aldeia, dos jogos de futebol entre solteiros e casados ou do bailarico de verão. Mas também sem ser um clube snob ou enfatuado, de dandys e tios pseudo intelectuais.
Sintra estava por esses dias no fio da navalha com a possibilidade de desclassificação do Património Mundial, os monumentos envelhecidos e ao abandono, e a dita sociedade civil amorfa ou pouco participativa, para lá de alguns bons mas poucos exemplos de associativismo cultural.
Foi assim que depois de um boca a boca se juntaram a 9 de Março de 2005 nas Caves de S. Martinho, café já desaparecido de Galamares, 46 amigos que por aclamação fundaram a Alagamares. Do nome medieval de Galamares, um alagamar é um terreno pantanoso, como o era a várzea circundante, alagada desde tempos imemoráveis pelo mar que sulcava o rio das Maçãs trazendo seixos e búzios, até ao seu assoreamento. E, tal como o mar invadiu o rio, também a ação propulsora dos dinamizadores da nova associação quiseram invadir as consciências, agitar, desassossegar.E assim ficou Alagamares.
Passaram 12 anos, 150 eventos, caminhadas, dois encontros de História de Sintra, eventos com pessoas como Miguel Real, Rui Zink, Gonçalo Ribeiro Teles, Maria Teresa Horta, Gabriela Canavilhas, Galopim de Carvalho, José Rodrigues dos Santos, Sidónio Pardal, Richard Zimler, João de Melo, Filomena Marona Beja, Cardim Ribeiro ou Pinharanda Gomes e muitos outros, representantes do pensamento e da sociedade civil local. E causas como o Chalé da Condessa, a luta contra as podas agressivas, a divulgação da nossa História e património local, as oficinas de teatro do Rui Mário, as homenagens a Zeca Afonso, Maria Almira Medina ou Luís Filipe Sarmento.
Vai ser uma semana cheia de emoções e de empenho na continuação do trabalho esforçado, abertos à juventude e à inovação, sem esquecer quem trabalha e quem do nosso reconhecimento é credor. Sempre na estrada, e nunca na berma. Uma dúzia já foi, venham mais doze!
 


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