Estão a
passar esta semana 12 anos da fundação da Alagamares. Foi uns dias depois duma
assembleia geral de uma associação local onde eu e mais alguns amigos estivemos
que achámos, face ao pobre panorama da vida associativa local ser chegado o
momento de algo de novo, que agregasse jovens e menos jovens em causas para lá
das festas de aldeia, dos jogos de futebol entre solteiros e casados ou do
bailarico de verão. Mas também sem ser um clube snob ou enfatuado, de dandys e
tios pseudo intelectuais.
Sintra
estava por esses dias no fio da navalha com a possibilidade de desclassificação
do Património Mundial, os monumentos envelhecidos e ao abandono, e a dita
sociedade civil amorfa ou pouco participativa, para lá de alguns bons mas poucos exemplos de associativismo cultural.
Foi
assim que depois de um boca a boca se juntaram a 9 de Março de 2005 nas Caves
de S. Martinho, café já desaparecido de Galamares, 46 amigos que por aclamação
fundaram a Alagamares. Do nome medieval de Galamares, um alagamar é um terreno
pantanoso, como o era a várzea circundante, alagada desde tempos imemoráveis
pelo mar que sulcava o rio das Maçãs trazendo seixos e búzios, até ao seu
assoreamento. E, tal como o mar invadiu o rio, também a ação propulsora dos
dinamizadores da nova associação quiseram invadir as consciências, agitar, desassossegar.E
assim ficou Alagamares.
Passaram
12 anos, 150 eventos, caminhadas, dois encontros de História de Sintra, eventos
com pessoas como Miguel Real, Rui Zink, Gonçalo Ribeiro Teles, Maria Teresa
Horta, Gabriela Canavilhas, Galopim de Carvalho, José Rodrigues dos Santos,
Sidónio Pardal, Richard Zimler, João de Melo, Filomena Marona Beja, Cardim
Ribeiro ou Pinharanda Gomes e muitos outros, representantes do pensamento e da
sociedade civil local. E causas como o Chalé da Condessa, a luta contra as
podas agressivas, a divulgação da nossa História e património local, as
oficinas de teatro do Rui Mário, as homenagens a Zeca Afonso, Maria Almira Medina
ou Luís Filipe Sarmento.
Vai ser
uma semana cheia de emoções e de empenho na continuação do trabalho esforçado,
abertos à juventude e à inovação, sem esquecer quem trabalha e quem do nosso
reconhecimento é credor. Sempre na estrada, e nunca na berma. Uma dúzia já foi, venham mais doze!
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