Laranja, a cor da morte. Foto de Carmo Moser.
O ICNF, estrutura que devia pugnar pela defesa
da floresta, tem em marcha uma “intervenção” nos Perímetros Florestais da Serra
de Sintra e Penha Longa e mais especificamente, na envolvente aos arruamentos
públicos (EN9-1 troço entre a Lagoa Azul e a Malveira da Serra, Estrada
Florestal Malveira-Portela e acesso à Barragem do Rio da Mula) segundo ele
visando “melhorar a segurança de pessoas e bens e garantir o bom
desenvolvimento das espécies autóctones presentes no sob-bosque, as quais estão
na base dos bosquetes de folhosas características da zona”
Para tal fim,
foi feito um auto de marca, a incidir sobre exemplares arbóreos em fim de vida,
e incidindo sobre exemplares de espécies como os pinheiros-bravos, ciprestes e
acácias, visando o abate destes mesmos exemplares.
Pergunta-se:
se estavam doentes, quem as deixou de tratar, ou esqueceu-se de espaço para
rega, e danificou as raízes quando se realizaram obras no subsolo? Matar quem
se deixa morrer, é desculpa que nada justifica.
Será que a
Árvore Morta se seguirá um momento de Árvore Posta? É que não é só a situação
fitossanitária que deve ser tida em conta, mas também o direito à imagem, que
conforma a paisagem, e contou sobremaneira na classificação de Sintra como
paisagem cultural. Como em muitas e pouco exemplares situações, raramente um
abate tem sido seguido de reposição do coberto vegetal, no que de crime
ambiental tal se reveste, e agora a caminho de mais um arboricídio sob a capa
de defesa dos passantes e da segurança.
A Alagamares
opõe-se vigorosamente a este desbaste anunciado, que técnicos auscultados dizem ser desnecessário, até pela dimensão de que se
vai revestir, e tudo fará para que seja evitado. As árvores marcadas para
morrer têm uma marca laranja e é em alerta laranja que os defensores da
floresta e da “nossa “serra devem permanecer, pois esta não é dos tecnocratas
nem dos madeireiros, mas sim daqueles que a amam, nela vivem e respiram e que
não desejam ver decepada por muitas e boas décadas.
Entretanto,
e em contra ciclo, sábado vamos plantar 50, 50 vozes de protesto, 50 formas de
dizer não a uma atitude dita de prevenção que mais não é que o triunfo da moto
serra.
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