Chamamos amigos a todos os conhecidos
com quem de forma amistosa nos relacionamos, no trabalho, no café, no ginásio, no clube
de futebol, ou no ativismo, e as relações desenvolvem-se na partilha por vezes
esporádica e gratuita de beber juntos um copo, dizer uma piada, praguejar
contra um árbitro ou contra o governo. A forma continuada no tempo como fazemos
isso faz-nos chamar amigos aos parceiros desses momentos, muitas vezes
empolgados pela projeção dum ego grupal ou, se calhar, pelo álcool que a todos
liberta e adormece. Gregários que somos, precisamos dessa inclusão, do abraço
fácil, ontem feitos de idas ao cinema ou à discoteca, das futeboladas na rua,
ou dos namoriscos de liceu, hoje filtrado pelas redes sociais e pelo preço barato de
um “gosto” que a todos faz “amigo”.
Amigos, porém, são os que, porventura
tendo começado por ser conhecidos nesse contexto, souberam (soubemos)
atravessar a cortina invisível das nossas personas, e olhar para eles, e eles
para nós, fora das máscaras sociais com que nos projetamos, inclusive para eles
(e muitas vezes, para eles, sobretudo).
A amizade tem rituais iniciáticos, mas só quem souber ver para lá da caverna das ilusões e sentir o Ser, e não o Parecer, pode, após assentar a poeira dizer: este é um Amigo!. É um processo longo, doloroso por vezes, feito de desilusões e artifícios. Porém, quando uma centelha de Luz nascida de atos, e não só de palavras ou gestos mecânicos e previsíveis aproximar e afirmar essa cumplicidade, grandes momentos, e estradas patrulhados pelo Sol, surgirão, e os verdadeiros amigos se revelarão. A esses é consentida a frase que magoa, mas faz acordar, as lágrimas de desespero que logo um abraço limpará, ou o conselho desinteressado que pode dar força para dar um passo em frente. Eis a Grande Utopia.
A amizade tem rituais iniciáticos, mas só quem souber ver para lá da caverna das ilusões e sentir o Ser, e não o Parecer, pode, após assentar a poeira dizer: este é um Amigo!. É um processo longo, doloroso por vezes, feito de desilusões e artifícios. Porém, quando uma centelha de Luz nascida de atos, e não só de palavras ou gestos mecânicos e previsíveis aproximar e afirmar essa cumplicidade, grandes momentos, e estradas patrulhados pelo Sol, surgirão, e os verdadeiros amigos se revelarão. A esses é consentida a frase que magoa, mas faz acordar, as lágrimas de desespero que logo um abraço limpará, ou o conselho desinteressado que pode dar força para dar um passo em frente. Eis a Grande Utopia.
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