Hoje é o Dia Internacional Nelson Mandela.
Há muito imortalizado, o mais conhecido prisioneiro de Robben
Island e sagaz lutador contra o regime do apartheid fez
já a Grande Viagem, qual velho e pachorrento elefante a caminho da
derradeira morada. Com Nelson Mandela partiu o derradeiro lutador icónico do
século XX, depois de Ghandi, Luther King, Che Guevara ou Madre Teresa de
Calcutá.
Com Mandela, o mundo assistiu ao exemplo da perseverança na
luta pelos ideais, à reconciliação para lá da cor da pele, ao orgulho das
convicções e ao exemplo em quem todos se querem rever. Madiba para o seu povo,
Madiba de todos nós, é justo recordá-lo no seu dia e quando tem já página
garantida nos manuais de História. Não na dos caudilhos ou demagogos, mas na
dos inspiradores e idealistas, como o foi na África do Sul Shaka Zulu.
Recordo a sua viagem a Portugal, em Outubro de 1993, e como
foi inspirador escutar ao vivo na Aula Magna um homem a quem 27 anos de prisão
não deixaram sombra de ressentimento e com serenidade nos falou do futuro, e de
como o perdão com olhos no devir é atributo que só grandes homens têm o
dom de possuir.
No dia em que, sereno como quem acabava de dar um simples
passeio pelo jardim, saiu de mão dada com Winnie de Robben Island, o mundo pela
CNN, viu pela primeira vez o rosto envelhecido mas sereno do homem que esteve
27 anos encarcerado e em trabalhos forçados, junto com outras figuras
emblemáticas do ANC. Nesse dia, já Mandela era imortal, e os anos que seguiram
o demonstraram. Obrigado Madiba!
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