Não morreram 64 pessoas em Pedrogão, estava
em segredo de Justiça, só agora quando o Ministério Público o confirmou é que
sim, morreram então, os funerais e lágrimas derramados podem ser oficiais e as homenagens
legitimadas.
Os banqueiros são todos honestos e
tudo corria bem, até que, vejam lá, um malfadado governador do Banco de
Portugal tirou o tapete a quem zelosamente pugnava pelas nossas PME e pela
retoma da economia nacional.
As armas de Tancos eram obsoletas e
não valiam mais de 34.000 euros, mas a NATO, a CIA, a Mossad e o Daesh ficaram
logo de sobreaviso com umas fisgas e uns bacamartes do tempo da guerra do
Solnado que afinal, até se agradece terem levado, poupando no pessoal das
mudanças.
Vários secretários de Estado,
lampeiros, foram até Paris à pala do gás, mas, invejosos, nenhum mal veio ao
mundo, trabalho é trabalho, conhaque é conhaque, e conhaque no meio do trabalho
ajuda a fazer a digestão.
A verdade a cada qual: para um
terrorista, uma explosão em Paris é uma boa notícia, para um cidadão uma má;
para um benfiquista uma vitória do Sporting é uma não-verdade, e o contrário é
igual. Para a oposição, todo o Governo é mau só por ser governo, todas as boas
notícias são fabricadas e todas as más ficam aquém.
Hoje, com a imprensa cada vez mais
dirigida por grupos económicos que a usam como arma de negociação, o
infotainment e o jornalismo abutre, as redes sociais infestadas de inverdades e
o maniqueísmo paranoico a tomar conta do espaço mediático, já não se pergunta
ou afirma o que é, mas cada vez mais aquilo que se quer que seja. A verdade? Ora,
coisa para puritanos botas de elástico.
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