Esta legislação de 1975 que consagra o dia de reflexão é obsoleta, mas ninguém se atreve a mexer-lhe. Então quem votou antecipadamente no domingo passado, bem como nos lares, nas prisões, no estrangeiro, fez um voto irrefletido? E se há penalizações para quem faça campanha no dia de hoje, quem pode impedir cada um de escrever o que bem entender nas redes sociais ou nos blogues, reforçando até o apelo ao voto em candidatos? O caso do candidato fantasma no boletim de voto é um hino à burocracia paralisante que rege a nossa legislação eleitoral, a par de outra, como a da eleição para as autarquias locais com distribuição de mandatos por método de Hondt (resquício do tempo em que se temiam maiorias de um só partido), as dificuldades em constituir uma lista independente ( sinal da forma como se partidocracizou o sistema) e muitas outras patologias que tornam o sistema mais semântico que ligado à realidade dos dias de hoje. E pronto, calo-me, antes que chegue o fiscal da Comissão Nacional de Eleições.
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