22 DE ABRIL 18H30M
PALÁCIO NACIONAL DE QUELUZ
CONCERTO-150 ANOS DO NASCIMENTO DE VIANA DA MOTTA
EXECUTANTE:JOÃO BETTENCOURT DA CÂMARA
ENTRADA LIVRE
SOBRE VIANA DA MOTTA
Figura incontornável da música e composição em Portugal no
séc XX foi Viana da Motta.
José Viana da Motta nasceu no dia 22 de Abril de 1868 na
Ilha de São Tomé. Com dois anos de idade veio para a Metrópole, passando a
residir em Colares (Sintra), em local assinalado, em 1971, com uma lápide da
autoria de Anjos Teixeira, no nº38 da R. da República. Os seus
dotes musicais precoces foram desde logo notados, nomeadamente pelo seu pai,
também um amante da música, que soube incitar a vocação do filho. Aos sete anos
ingressa no Conservatório e aos 13 apresentou-se pela primeira vez em concerto
no Salão da Trindade, com obras da sua autoria. O rei D. Fernando nota o seu
talento e a partir de então Viana da Motta torna-se seu protegido. Terminado o
curso do Conservatório com distinção, o rei e a Condessa d’Edla patrocinam uma
bolsa de estudo para piano na Alemanha, no Conservatório de Scharwenka. Em
1882, Vianna da Motta parte então para Berlim,e inicia uma carreira nacional e
internacional de renome.
Mas voltou sempre a estas terras de acolhimento na sua
infância e, inclusive contribuiu para o seu progresso. Reza a imprensa da época
que, não existindo rede elétrica pública em Galamares e Colares, Viana da Mota
realizou um concerto, gratuito, no salão de Galamares, a 15 de Setembro de 1923,
a fim de se obterem fundos para a instalação de energia elétrica em Colares,
sendo a luz para tal concerto fornecida, a título precário, pela companhia
Sintra-Atlântico, através da sua rede de tração.
A parte mais significativa da sua produção artística foi
confiada à música para piano e para canto e piano, onde musicou tanto textos
portugueses como alemães. Esta é talvez a sua música de cariz mais íntimo,
resultando nas páginas mais belas da sua criação. No entanto, a sua obra mais
simbólica é a Sinfonia "A Pátria", em Lá Maior, Op.13. Composta em
1895 e estreada dois anos mais tarde no Porto, cada um dos seus quatro
andamentos é expressão musical da obra de Camões, Os Lusíadas. Emblemática da
corrente nacionalista, fruto do Ultimato Inglês a Portugal, esta obra constitui
a primeira sinfonia bi-temática escrita por um compositor português.
SOBRE JOÃO BETTENCOURT DA CÂMARA
João Bettencourt da Câmara concluiu em 2006 com a
classificação máxima o Curso de Piano no Conservatório Nacional, ao mesmo tempo
que os estudos secundários no Colégio do Sagrado Coração (Lisboa). Em Portugal
estudou ainda com V. Viardo, H. Sá e Costa, T. Achot, Sequeira Costa, A.
Pizarro, P. Burmester, D. Bashkirov, G. Eguiazarova e A. Ciccolini. Recebeu,
entre outros, os 1ºs prémios no Concurso Cidade do Fundão (1999 e 2000) e
Concurso Maria Cristina Lino Pimentel (2001); 2º Prémio no Concurso de Piano
Florinda Santos (1998); Prémio Especial do Júri no II Concurso “Veo Veo”
Internacional da Radiotelevisão Espanhola (1999).
Deu o seu primeiro recital público aos sete anos de idade e
estreou-se como solista aos doze, executando o Concerto K. 414 de Mozart e,
poucos meses depois, o Terceiro concerto de Beethoven, com a Filarmonia das
Beiras, a que se seguiram outros com diferentes orquestras portuguesas
(Concerto de Grieg, Rhapsody in Blue de Gershwin). Obtendo sempre elevadas
classificações (“First Class Honours”), licenciou-se em 2010 com uma das
melhores classificações da história do RCM, pelo que recebeu o Sarah Mundlak
Memorial Prize For Piano, atribuído ao melhor finalista do ano. Para o
mestrado, foi novamente admitido nas mesmas escolas londrinas, escolhendo desta
feita a Guildhall School (City University), onde concluiu o curso com distinção
como aluno do pianista Martin Roscoe.
Iniciou a sua carreira internacional em 2007, com uma
digressão nos Estados Unidos da América. Em recitais e concertos em Portugal
(Casa da Música, Centro Cultural de Belém, Fundação Calouste Gulbenkian,
Fundação Eugénio de Almeida, entre outros), Inglaterra, França e Espanha,
vem-se afirmando como intérprete do grande repertório clássico (Bach, Mozart,
Beethoven), romântico (Liszt, Chopin, Brahms, Rachmaninoff) e moderno (Debussy,
Prokofieff). O seu primeiro disco comercial, consagrado a algumas das maiores obras
de Liszt, foi recentemente editado pela Numérica. Desde 2013, é docente de
Piano na Universidade de Aveiro onde se encontra a concluir o Doutoramento.
PROGRAMA
J. Vianna da Motta - Balada
Francisco de Lacerda - Levantinas
- Na Acrópole - Dança Grega
- Dos minaretes de Suleiman-Djami
- Ao crepúsculo - Dança grega
F. Liszt - Sonata em Si menor
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