Marco primordial da actividade musical em Sintra, é o Festival de Sintra, com origens em 1957 nas Primeiras Jornadas Musicais do Município de Sintra, em resultado de um esforço significativo de dinamização artístico-cultural, e marcadamente destinado à pianística, por ele tendo passado os mais reputados executantes mundiais. Nos anos sessenta alargou o seu âmbito a outras expressões artísticas, como o bailado, a música de câmara, o teatro e a ópera, tendo apenas sido interrompido entre 1974 e 1983. Distribuído pelos luxuriantes palácios e quintas de Sintra, dele foi mecenas principal Olga Maria Nicolis di Robilant Álvares Pereira de Melo, Marquesa de Cadaval, e participaram nomes como Roland Petit, Grigori Sokolov ou Artur Rubinstein.
Em 2001
a organização do Festival de Sintra passou para a responsabilidade da empresa
municipal SintraQuorum e desde 2002 passou a contar com o novo espaço de
espectáculos de Sintra, o Centro Cultural Olga Cadaval.
Tem
Sintra igualmente tradições musicais em centenárias agremiações dedicadas à
música, algumas muito antigas, como a Sociedade Filarmónica Boa União
Montelavarense, fundada em 1890, a Banda dos Bombeiros Voluntários de Colares,
em 1891 ou a Sociedade Recreativa e Musical de Almoçageme, de 1892. No dealbar
do século XIX marcaram a vida cultural sintrense a Fanfarra União Sintrense, a
Estudantina Maquieira, o Trio Paulus, que várias vezes actuou no desaparecido
Teatro Minerva, em Colares, o sol-e-dó do grupo dos 20, ou o Grupo dos 14, que
organizou diversas récitas e bailes
Em
Agosto de 1924 foi inaugurado o Casino de Sintra, iniciativa da Sociedade de
Turismo de Sintra Lda, de Adriano Júlio Coelho, projecto de Norte Júnior,
construído por Júlio da Fonseca. Durante anos espaço de lazer, ficaram célebres
as atuações do sexteto dirigido pelo concertista Francisco Benetó, da cantora
espanhola Tina de Jarque ou de Les Demos, bailarinos franceses. Marcaram a cena
musical sintrense nesse período o Orpheon de Sintra, a Sociedade União
Sintrense, a Tuna Operária de Sintra, Os Aliados e o 1º Dezembro
O Estefânea Jazz, 1935
O Estefânea Jazz, 1935
Em 19
de Março de 1941 ocorre o primeiro Baile das Camélias, em que a ainda jovem
escritora Maria Almira Medina recita “Camélias de Sintra”, e canta “várias
canções em americano…”, abrilhantando a festa o agrupamento musical Os
Caprichosos. Ainda ocorre todas as primaveras decorre este Baile, matricial na
vida cultural sintrense.
Nos
anos quarenta foi a orquestra dos "Aliados" em S. Pedro, apadrinhada
por Maria Clara, e nos anos cinquenta foram frequentes concurso das
colectividades do concelho, com espectáculo no ringue do Hóquei no Parque da
Liberdade, ou as Noites do Mambo, no Sport União Sintrense, ou do Baião, na
SUS, onde actuaram entre outros o tenor Tomé de Barros Queirós e Mimi Gaspar.
Por essa altura, fizeram furor as bandas “Os Mexicanos” de Galamares, ou a Orquestra
Royal Star, de Sintra.
No
plano da música folclórica, destaque para a Filarmónica de Pêro Pinheiro que em
1962 obteve o 2º Lugar no Festival Mundial de Bandas, em Kerkrade, na Holanda,
tendo uma recepção apoteótica à chegada.
Em 1975
é criado o Conservatório de Música de Sintra e em 1979 a orquestra de Pêro
Pinheiro, em 1987 a Orquestra Regional de Colares e em 1991 a Orquestra Ligeira
de Almoçageme, sintoma da existência de sinergias e valores misturando
elementos populares e eruditos.
Com a
inauguração em 13 de outubro de 2001 do Centro Cultural Olga Cadaval, Sintra
passa a dispor de condições ímpares para a realização de grandes eventos
musicais, ali tendo atuado o Ballet e a Ópera Nacional de Novosibirsk, a Companhia
Nacional de Bailado, Pablo Milanés, Chico César, Ivan Lins, o Ballet du Grand
Theatre de Geneve, a Companhia Nacional de Dança de Espanha, o Scottish Dance
Theatre Tito Paris, Celina Pereira, o Scapino Ballet de Roterdão, o Teatro Negro
Nacional de Praga, o Teatro Nacional e Ópera da Moldávia, o Moscow Tchaikovsky
Ballet, o Ballet Estatal Russo de Rostov, Cesária Évora,em como todos os
grandes nomes da música portuguesa. Destaque para a abertura às escolas e
conservatórios, ou os famosos concertos para bebés.
Sintra
dispõe de diversos grupos de música clássica, música popular
tradicional, orquestras, ranchos folclóricos adultos e infantis, bandas filarmónicas,
sete grupos de música erudita, grupos de música tradicional, de cantares e orquestras
escolares ,a que acrescem os
diversos grupos de hip hop, jazz, rock, música ligeira e fado. É pois também Sintra uma terra de música e onde Richard Strauss comparou a Pena ao castelo de Klingsor, do celebrado Parsifal de Wagner.
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